Trabalhadoras de sexo mais afectadas pelo HIV 

AS autoridades sanitárias estão preocupadas com o elevado índice de novas infecções pelo HIV no país, especialmente entre as populações de alto risco, designadamente trabalhadoras de sexo, consumidores de drogas injectáveis, homens que têm relações sexuais entre eles e reclusos.

A informação foi prestada há dias, em Maputo, pela representante do Conselho Nacional de Combate à SIDA (CNCS), Josefa Mazive, no lançamento do relatório da Pathfinder sobre a violação dos direitos humanos das trabalhadoras de sexo.

“Moçambique tem uma das taxas mais altas de prevalência de HIV do mundo, com cerca de 12 por cento da população adulta a viver com a doença. As trabalhadoras de sexo são as mais afectadas, com cerca de 30 por cento das infecções”, explicou.

De acordo com os dados do Inquérito Biológico-Comportamental, realizado entre 2019 e 2020, com mulheres trabalhadoras de sexo, a prevalência do HIV revela-se mais alta na cidade e província de Maputo, seguida pelas cidades da Beira, Tete, Quelimane e Nampula, tal como explicou Mazive.

“O Plano Estratégico Nacional de Resposta ao HIV (PENV), que vigora de 2021 a 2025, indica que ao combater a violência contra trabalhadores de sexo, é possível reduzir as novas infecções pelo HIV e garantir um ambiente mais seguro e digno para este grupo social”, afirmou.

O CNCS, órgão coordenador da resposta a esta pandemia no país, reafirma o seu compromisso de realizar acções abrangentes e multissectoriais que promovam a inclusão, justiça social e equidade no acesso aos serviços de saúde.

“Sublinhamos a importância de reduzir as barreiras sociais e estruturais para a prevenção, tratamento e mitigação do HIV, de modo a garantir que ninguém fique para trás”, concluiu.

©Féling Capela

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