Acesso universal à energia eléctrica em risco

A META de garantir o acesso universal à energia eléctrica até ao ano de 2030 pode estar comprometida na província do Niassa, devido à contínua vandalização e furto de equipamentos eléctricos por indivíduos não identificados. A reposição dos materiais danificados implica elevados custos financeiros, colocando em causa o cumprimento do plano traçado pelo Governo.

Só no primeiro trimestre do presente ano, os prejuízos ascenderam a 1,3 milhão de meticais, afectando aproximadamente 30 mil clientes nos distritos de Sanga e Lago.

O director da área de serviço ao cliente da Electricidade de Moçambique (EDM) em Lichinga, Heitor Matimel, explicou que os actos de vandalismo incluem o derrube de postes de madeira, sabotagem de Postos de Transformação (PT), furto de cabos de cobre e outros equipamentos essenciais para a plena distribuição de energia.

Segundo a fonte, o cenário obriga a EDM a desviar recursos financeiros significativos para a reposição do material danificado, atrasando, deste modo, a expansão da rede eléctrica.

“No primeiro trimestre do ano passado, os prejuízos foram ainda mais elevados, rondando 1,7 milhão de meticais. Este ano registámos uma ligeira redução, mas 1,3 milhão continua a ser um valor extremamente preocupante”, frisou Matimele.

Apesar das dificuldades, a EDM mantém o compromisso de, nos próximos cinco anos, expandir a rede eléctrica, reconhecendo, no entanto, que tal objectivo exige um reforço financeiro substancial.

Matimele alertou ainda que, enquanto persistirem as vandalizações, a empresa será obrigada a reorientar os recursos disponíveis para cobrir os prejuízos, comprometendo assim os prazos estabelecidos para o programa Energia para Todos.

Como resposta, a EDM tem vindo a promover encontros e debates com diversas entidades locais, visando a definição de estratégias alternativas para combater actos de vandalismo e furto de infra-estruturas eléctricas.

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