Sábado, 12 Abril, 2025
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Sudão do Sul enfrenta piores níveis de fome

Por Jornal Notícias
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O PROGRAMA Mundial para Alimentação (PMA) alertou que quase 7,7 milhões de pessoas enfrentam níveis de crise, emergência ou fome catastrófica no Sudão do Sul, num “dos piores níveis de insegurança alimentar” já registados no país. 

Num ‘briefing’ à imprensa, na quarta-feira, a partir de Juba, a directora do PAM no Sudão do Sul, Mary-Ellen McGroarty, traçou um cenário sombrio sobre a situação no país africano, onde mais de metade da população está severamente afectada pela fome, numa situação humanitária muito difícil e exacerbada pela violência, conflito e pelas divisões políticas e de segurança.

“O conflito e a violência estão a expulsar as pessoas e as comunidades das suas casas em algumas das áreas mais difíceis, vulneráveis e com maior insegurança alimentar do Sudão do Sul. E isso está a acontecer numa altura em que estamos a entrar na época anual de escassez. É uma época do ano em que a fome atinge o seu pico”, explicou a directora da agência das Nações Unidas (ONU), insistindo: “Este é um dos piores níveis de insegurança alimentar que já vimos no país”.

Há uma grande percentagem de famílias nas zonas de conflito que não conseguem garantir uma refeição por dia, lamentou Mary-Ellen McGroarty, observando que o mundo está a assistir ao impacto devastador que o conflito tem no aumento da fome.

Os combates no Grande Alto Nilo, por exemplo, já obrigaram aproximadamente 100 mil pessoas a fugir das suas casas.

Com o intensificar do conflito, o PMA teve de interromper as suas operações e não conseguiu chegar a mais de 213 mil pessoas necessitadas, afirmou.

Descrevendo a situação no terreno, McGroarty explicou que as regiões mais afectadas são também das áreas mais remotas do país, onde o acesso físico pode ser desafiante “mesmo nos melhores momentos”.

A representante do PMA relatou ainda que mais de 100 toneladas métricas de alimentos, principalmente produtos nutricionais, foram saqueadas no meio do conflito.

Face a essas dificuldades, a agência da ONU viu-se obrigada a “priorizar dentro das prioridades” os seus atendimentos, de forma a atingir os casos mais extremos, particularmente aqueles que enfrentam níveis de emergência e níveis catastróficos de insegurança alimentar.

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