Opinião & Análise REFLEXÕES DA MUVALINDA: Era uma vez… Por Jornal Notícias Há 4 horas Criado por Jornal Notícias Há 4 horas 200 Visualizações Compartilhar 0FacebookTwitterPinterestEmail 200 O TEXTO de hoje é muito diferente dos anteriores, irei contar uma estória fictícia inspirada em Jesus Cristo, que muitas vezes fazia os seus ensinamentos por parábolas, tanto que em Mateus 13:10-13 vem o seguinte: E chegando-se a ele, os discípulos perguntaram-lhe: Por que lhes falas por parábolas? Respondeu-lhes Jesus: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado; pois ao que tem, dar-se-lhe-á e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado. Por isso, falo-lhes por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e ouvindo, não ouvem, nem entendem. Espero que os leitores possam entender a história. Vamos a isso: Era uma vez, uma Dr.a Psicóloga chamada Maria Beatriz Ferreira, licenciada em Psicologia Clínica pela Universidade de Coimbra, pós-graduada em Psicoterapia pela Universidade de Lisboa, em Portugal, que veio a Moçambique trabalhar, onde foi afecta ao Hospital Rural de Chicualacuala, distrito de Chicualacuala, norte da província de Gaza, no sul de Moçambique. Durante as consultas de psicologia, a Psicóloga Maria Beatriz contava com uma agente de serviço chamada Ana para explicar algumas práticas locais e traduzir a fala dos pacientes, pois a maioria falava Xichangana. Certo dia, Ana ausentou-se por alguns minutos, para tratar de um assunto no hospital. Durante a sua ausência apareceu o senhor Luís na consulta. A Dr.a Maria Beatriz atendeu-o e como constatou que era fluente na língua portuguesa decidiu dar continuidade à consulta. Durante a anamnese, o senhor Luís expôs que na noite passada e durante toda a madrugada esteve em consulta na casa de um curandeiro e os espíritos dos seus antepassados encarnaram no curandeiro e o segredaram que a sua esposa o traía. Era infiel há muitos anos e que os cinco filhos que com ele coabitavam nenhum era dele, pelo facto de ser estéril. O senhor Luís contou também que as vozes eram dos seus avô e bisavô, e era visível o quão ele estava transtornado, com um misto de ódio e raiva. Estava desnorteado e não sabia o que fazer. Por isso, antes de voltar para casa e encontrar a esposa decidiu passar do hospital, porque ouviu dizer que tinha chegado uma Doutora branca que ajuda as pessoas. A Dr.a Beatriz, que nunca, na sua longa experiência profissional, tinha tido a disciplina de Psicologia Cultural e havia ouvido falar desta possibilidade que o senhor Luís apresentou, avaliou-o como alguém que estava a ter uma crise psicótica, com alucinações auditivas e visuais e agressividade, tendo orientado os enfermeiros para o cedarem e o internar compulsivamente. A agente de serviço regressou, e a Dr.a Maria Beatriz contou o que sucedeu na sua ausência. Por sua vez, a agente explicou que, de facto, os curandeiros têm esse poder. Depois disso, o senhor Luís foi liberto do internamento e quando saiu do hospital todos na comunidade o chamavam de maluco. *Psicóloga e Activista Social Leia mais… Você pode gostar também REFLEXÕES DA MUVALINDA: Salomão Muiambo CRÓNICA REFLEXÕES DA MUVALINDA: Responsabilidade Afectiva CÁ DA TERRA: É justo querer atingir os cem anos DESTAQUESOpinião & Análise Compartilhar 0 FacebookTwitterPinterestEmail Artigo anterior Chefe do Estado destaca esforços para erradicação da malária Próxima artigo Chapo convida empresários zimbabweanos à FACIM Artigos que também podes gostar REFLEXÕES DA MUVALINDA: Morte de Jesus Cristo vs Coelhinho da Páscoa Há 1 semana CÁ DA TERRA: É justo querer atingir os cem anos Há 2 semanas BELAS MEMÓRIAS: Celebrar a desgraça alheia Há 2 semanas REFLEXÕES DA MUVALINDA: E quando o inesperado acontece Há 2 semanas Tarifas impostas pelos EUA: cooperação de benefícios comuns é o caminho correcto Há 2 semanas É preciso falar o que se sente diante do que se vê... Há 3 semanas