Quinta-feira, 21 Novembro, 2024
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OCUPAÇÃO DE GAZA: Dois Estados ou protectorado no cenário pós-guerra

Por admin-sn
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REDACÇÃO INTERNACIONAL, COM AGÊNCIA LUSA

O CONFLITO em Gaza desencadeado a 7 de Outubro pelo ataque surpresa do movimento islamita Hamas a Israel prossegue sem fim à vista, depois uma trégua humanitária de sete dias.
Com as forças israelitas a reforçarem o seu controlo em Gaza e a destruírem os centros de poder do Hamas e infra-estruturas civis, Estados Unidos da América (EUA), União Europeia (UE), Nações Unidas (ONU) e países árabes já começaram a tomar posição sobre a administração do território pós-conflito.

PROTECTORADO DA ONU REJEITADO
A 20 de Novembro, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, rejeitou que Gaza se torne “protectorado da ONU” depois da guerra, defendendo em alternativa uma “transição” envolvendo múltiplos actores, nomeadamente os EUA e os países árabes.
“É importante poder transformar esta tragédia em oportunidade e, para que isso seja possível, é essencial que depois da guerra avancemos de forma decisiva e irreversível em direcção a uma solução de dois Estados”, disse António Guterres à imprensa na sede da ONU.

ISRAEL QUER CONTROLO DE GAZA
O Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu, assegurou que Israel continuará a controlar Gaza após o fim do conflito com o grupo islamita Hamas, garantindo, por outro lado, que não permitirá que forças internacionais participem num eventual acordo.
Netanyahu tem vindo a moldar o seu discurso nos últimos dias, com sucessivas entrevistas nas quais tem afirmado que Israel assumirá “responsabilidade de segurança” sobre a Faixa de Gaza por um “período indefinido”, mas que não tem intenção de reocupar o território.
Mais radical do que Netanyahu, o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, de extrema-direita, defende que a Autoridade Palestina (AP) “deve ser tratada da mesma forma” que o Hamas.

AP PRETENDE CONTINUAR A GOVERNAR
O presidente da AP, Mahmoud Abbas, curiosamente no discurso que assinalou o 35.º aniversário da declaração de independência da Palestina, acusou Israel de travar um conflito contra a existência dos palestinos, salientando a “bárbara agressão e uma guerra aberta de genocídio contra o povo na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, incluindo Jerusalém, a capital eterna” palestina
Abbas, 88 anos, disse que a Palestina é a terra onde o povo palestino “vive há mais de 6.000 anos” e considerou vergonhoso haver quem apoie a agressão israelita e lhe dê cobertura política e militar.

IRÃO A FAVOR DE HAMAS NO PODER
O Presidente do Irão, Ebrahim Raisi, exige uma “decisão firme” dos países da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) de apoio aos palestinos e condenação das acções de Israel na Faixa de Gaza, garantindo novamente o apoio à manutenção do Hamas no poder no enclave.
O Irão é aliado do Hamas e também do grupo xiita libanês Hezbollah, com quem as forças israelitas trocam ataques quase diariamente na fronteira libanesa.

UE E EUA DEFENDEM DOIS ESTADOS
Tal como afirmaram os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Egipto, Abdelfatah al-Sisi, o chefe de Estado norte-americano, Joe Biden defendeu que a solução de dois Estados é “mais necessária do que nunca”, sublinhando que Gaza e a Cisjordânia devem permanecer nas mãos da AP, mas só depois de Israel conseguir derrotar o Hamas na Faixa de Gaza.
O líder democrata voltou a distanciar-se do plano de Netanyahu, que levantou a hipótese de assumir o controlo da Faixa de Gaza por tempo indefinido.
Para Biden, não deve haver “deslocação forçada” de palestinos de Gaza, nem “reocupação, cerco, bloqueio ou redução do território” da Faixa por parte de Israel.
Para a Casa Branca, Gaza e a Cisjordânia “devem ser reunidas sob uma única estrutura de governo, em última análise sob uma ANP revitalizada”.

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