Quarta-feira, 18 Dezembro, 2024
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REFLEXÕES DA MUVALINDA: Psicoterapia como autocuidado

Por Issa Likwembe
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CÂNDIDA MUVALE*

PESQUISAS realçam que autocuidado é o acto de cuidar de si mesmo de maneira consciente e intencional onde inclui a prática de hábitos saudáveis, tanto físicos quanto emocionais, que promovem o bem-estar e a saúde geral.

O autocuidado pode abranger uma variedade de actividades, como alimentação saudável, exercícios físicos regulares, meditação, descanso adequado, gerenciamento do estresse, estabelecimento de limites saudáveis e busca por momentos de lazer e relaxamento, ou seja, é um acto de amor próprio e uma forma de manter o equilíbrio emocional e físico.

No entanto, não podemos falar do autocuidado sem abordar sobre psicoterapia que é um tipo de tratamento que envolve a conversa entre o paciente e um terapeuta qualificado, com o objectivo de melhorar a saúde mental, resolver problemas emocionais e modificar padrões de comportamento. Durante as sessões de psicoterapia, o terapeuta ajuda o paciente a explorar seus pensamentos, emoções, crenças e comportamentos, buscando compreender as questões que podem estar afectando sua vida.

Daí afirmo que a psicoterapia é, sem dúvida, uma forma importante de autocuidado. Ao buscar terapia, a pessoa está a investir em seu bem-estar emocional e mental, buscando suporte profissional para lidar com desafios, questões pessoais e emocionais. A psicoterapia oferece um espaço seguro para autoconhecimento, reflexão e crescimento pessoal, além de proporcionar ferramentas para lidar com o estresse, a ansiedade, a depressão e outros problemas emocionais.

Existem diferentes abordagens e técnicas de psicoterapia, e a escolha da abordagem terapêutica adequada depende das necessidades individuais do paciente e do tipo de problema que está a ser tratado. A psicoterapia pode ser realizada individualmente, em grupo, com casais ou famílias, e é um recurso valioso para promover o bem-estar emocional e a saúde mental.

Existem várias razões pelas quais algumas pessoas têm preconceito em relação à psicoterapia. Uma delas é o estigma social associado à saúde mental, com frequência ouvimos dizer que quem vai ao psicólogo ou psiquiatra é maluco e muitas vezes isso resulta em sentimentos de vergonha para buscar ajuda profissional para questões emocionais. Além disso, a falta de compreensão sobre o que a psicoterapia envolve e o medo do julgamento por parte dos outros também podem contribuir para o preconceito.

Outro factor é a crença equivocada de que buscar ajuda psicológica é sinal de incapacidade de lidar com os próprios problemas, o que pode levar as pessoas a resistirem à ideia de iniciar a psicoterapia. Além disso, factores culturais, religiosos e até mesmo económicos podem influenciar a percepção das pessoas em relação à psicoterapia.

Não falo apenas como psicóloga na tentativa de puxar a brasa para o meu lado, mas é importante desmistificar esses preconceitos e promover a consciencialização sobre a importância da saúde mental e do autocuidado emocional. A psicoterapia pode ser um recurso valioso para promover o bem-estar e superar desafios emocionais.

Posto isto, aconselho a todos os leitores do jornal Notícias para que neste ano 2024 ponham como um dos objectivos a alcançar – fazer terapia, temos profissionais qualificados

espalhados um pouco pelos hospitais do país na nossa rede pública e privada ou pode também solicitar uma consulta on-line com profissionais em qualquer canto do país ou do mundo. Sim, admito que às vezes pode ser meio dispendioso financeiramente mas para garantir a nossa saúde devemos estar disponíveis e dispostos a fazer pequenos sacrifícios pois investir na saúde mental é fazer o autocuidado e investir no nosso bem-estar.

*Psicóloga e Activista Social

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