Opinião & Análise REFLEXÕES DA MUVALINDA: Mulher moçambicana Por admin-sn Há 8 meses Criado por admin-sn Há 8 meses 2,7K Visualizações Compartilhar 0FacebookTwitterPinterestEmail 2,7K Cândida Muvale* É JÁ no domingo que iremos celebrar o 7 de Abril, Dia da Mulher Moçambicana. A data é considerada feriado nacional, em homenagem e reconhecimento do papel da mulher na sociedade, bem como para destacar a sua contribuição no desenvolvimento do país. É um dia para celebrar as conquistas da mulher, seus direitos e para promover a igualdade de género. O 7 de Abril é o dia em que Josina Machel, uma figura proeminente na luta pela independência de Moçambique e defensora dos direitos das mulheres, faleceu. Josina foi uma figura inspiradora que desempenhou um papel significativo na história do nosso país – Moçambique -, e a data da sua morte foi escolhida para honrar o seu legado e as suas contribuições na luta pela libertação do país. O que dizer sobre a mulher moçambicana, nascida nas terras da Pérola do Índico ou que talvez tenha adoptado a nacionalidade moçambicana por diversos motivos: casamento, refúgio de guerra, etc.? O que dizer das múltiplas mulheres moçambicanas do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Índico de diferentes origens étnicas, da cidade e do campo, letrada e iletrada, doutora ou camponesa, jovem ou idosa, negra, mulata e branca que diariamente lutam para garantir o sustento das suas famílias; lutam para enfrentar uma sociedade maioritariamente patriarcal e machista embora as mulheres sejam a maioria no país; lutam para ver os seus direitos respeitados; lutam para educar os seus filhos; lutam pela inserção e valorização no mercado de trabalho; lutam contra: o assédio, uniões prematuras, analfabetismo, violência baseada no género; lutam pelo acesso a cuidados de saúde materno-infantil de qualidade; lutam para travar a feminilização da pobreza e do HIV; lutam pela participação política; lutam pela sobrecarga da dupla jornada de trabalho fora e dentro de casa; lutam para serem melhor compreendidas quando exigem um pouco mais do seu direito e compaixão do homem. Em suma, lutam por uma vida digna e justa não só para elas, mas também para toda a sociedade. Infelizmente, muitos ainda não perceberam que educar a mulher é investir numa nação; quando uma mulher sai da linha da pobreza carrega consigo uma família, uma vez que ela é cuidadora nata de um lar. A verdade é que nós, mulheres, não pedimos muito. Pedimos o que é justo e primordial para o nosso bem-estar. Em momento algum queremos competir com os homens, pois sabemos que essa é uma luta desigual e temos mais chances de sair a perder, uma vez que temos diferenças físicas, emocionais e psicológicas em relação aos homens. Admito que existem mulheres que fingem não perceber que existam tais diferenças, mas podem crer que não são a maioria. Mas as mais barulhentas que se dizem feministas e esquecem da dádiva de serem e deixarem de ser femininas. Sim, nós, mulheres, somos fortes e guerreiras, porém não queremos lutar sozinhas e carregar todo fardo do mundo, pois, pode não parecer, também nos cansamos, precisamos de colo, abraço, carinho, cuidado e amor genuíno. Não, não somos auto-suficientes, precisamos de homens ao nosso lado para caminharmos unidos, dando suporte uns aos outros e mutuamente ajudarmo-nos a crescer, desenvolver e evoluir. Somos mães do mundo, garantimos a continuidade da nossa espécie. Mesmo as estéreis têm consigo a característica nata de cuidar. Por essas e muitas outras razões precisamos de ser sempre valorizadas e acarinhadas. Para todas as mulheres, em particular as moçambicanas, gostaria de dedicar estes versículos bíblicos que encontramos em 1 Pedro 3:3-4 (NVI): “Não seja a beleza exterior, como penteados elaborados e o uso de jóias de ouro ou roupas finas, que você deve valorizar, mas sim o seu eu interior, que não perece, a beleza suave e tranquila de um espírito amável e sereno, que é de grande valor diante de Deus.” Este versículo enfatiza a importância de valorizar as qualidades interiores e espirituais acima das aparências exteriores. Ele encoraja as mulheres a cultivarem um espírito amável e tranquilo, destacando que isso é especialmente valioso aos olhos de Deus. Por isso exorto a todas as mulheres moçambicanas a investirem não apenas no seu exterior comprando próteses, roupas caras, etc., mas no seu interior, incluindo a aposta na formação académica e profissional. Feliz Dia da Mulher Moçambicana! *Psicóloga e activista social Leia mais… Você pode gostar também CÁ DA TERRA: Uma vida de doação CÁ DA TERRA: Triste fundo BELAS MEMÓRIAS: De volta ao “Bem-Amado” CÁ DA TERRA: Os desacatos não produzem, só destroem Mulher moçambicanaOpinião & AnáliseREFLEXÕES DA MUVALINDA Compartilhar 0 FacebookTwitterPinterestEmail Artigo anterior FUNCIONÁRIOS E AGENTES: Estado deve mais de oitenta e seis milhões em Memba Próxima artigo Hip-hop destaca feitos da mulher moçambicana Artigos que também podes gostar BELAS MEMÓRIAS: O ovo não se parte, pai! (3) Há 3 dias CÁ DA TERRA: Não há lugar para a descrença Há 3 dias Rússia e África: Passado e futuro da amizade (Concl.) Há 6 dias Rússia e África: Passado e futuro da amizade (1) Há 6 dias REFLEXÕES DA MUVALINDA: E se der certo?! Há 6 dias O retorno de Trump anuncia uma abordagem mais dura dos EUA em... Há 1 semana