Domingo, 24 Novembro, 2024
Início » CÁ DA TERRA: Sacode o pasmo e expulsa o imobilismo

CÁ DA TERRA: Sacode o pasmo e expulsa o imobilismo

Por Osvaldo Gemo
1,9K Visualizações

DEI por mim a fazer o caminho para o centenário do Jornal Notícias, que será daqui há mais dois anitos. Mas se olharmos para trás, hoje é uma data muito especial. Este matutino completa 98 anos. É uma vida!

Por isso mesmo, havendo muitos outros assuntos por tratar, não consegui passar ao lado dos 98 anos deste jornal que marcou épocas distintas, mas continua a trilhar, de forma segura, o seu próprio caminho. Aliás, os 98 anos vem mesmo a calhar com o nosso Cadaterra.

Não há como olhar com indiferença para este facto. Hoje, 15 de Abril de 2024, vale reafirmar que este é o maior jornal diário deste Moçambique, que “sacode o pasmo, rejeita a preguiça, expulsa o imobilismo” tal como se propôs no longínquo ano de 1926.

O jornal continuou a circular mesmo perante as adversidades pelas quais o país passou, perante o colonialismo, em decorrência do movimento de 25 de Abril de 1974, no pós-independência, após a introdução do multipartidarismo ou mesmo da era das tecnologias de informação e comunicação.

São 98 anos de história e glória, a mais pura longevidade para um matutino publicado em solo pátrio. É uma história que se confunde, em grande medida, com a deste país.

Esta resiliência resulta, em parte, do facto de ter podido se adaptar, sem perder o seu principal foco – os factos e a verdade.

O futuro sugere para a importância de seguir a tradição de informar, com rigor e responsabilidade, para continuar a ser referência e, mais do que isso, a preferência.

Cada profissão é distinta da outra e há que valorizar a experiência, o conhecimento e, sobretudo, o profissionalismo e sentido de dever cultivado por cada um dos profissionais que corporiza esta casa.

Quando o capitão Manuel Simões Vaz, o advogado Eduardo Saldanha, o industrial Paulino dos Santos Gil e o comerciante José Joaquim de Morais fundaram este matutino, a 15 de Abril de 1926, certamente ninguém podia imaginar que a marca Notícias, atravessaria gerações, olhando para e respeitando o alternativo.

Apesar de todas as contradições históricas em que o “notícias” nasceu e em que vive, com muitas desigualdades e injustiças, exclusão social, violência, ódio e terrorismo, fica claro que se impõe a existência de símbolos para um Moçambique de prosperidade  e um deles, certamente é o “notícias”.

A Revolução Digital impõe mudanças estruturais radicais que vão continuar, nos próximos anos, talvez décadas. Nunca uma revolução tecnológica afectou o jornalismo tanto e de forma tão abrangente, marcando a ruptura dos modelos de negócio, de narrativas, de distribuição, de relacionamento com o público e com as fontes etc.

A sobrevivência desta marca, passa, indubitavelmente, por ser parte desta revolução e quiça, exemplo das mudanças extraordinárias que estão por vir.

Leia mais…

Artigos que também podes gostar