Economia Indústria extractiva vista por António Niquice Por Jornal Notícias Há 5 meses Criado por Jornal Notícias Há 5 meses 1,7K Visualizações Compartilhar 0FacebookTwitterPinterestEmail 1,7K INDÚSTRIA Extractiva em África: Bênção ou Maldição é o título da obra a ser lançada na próxima quarta-feira, em Maputo, da autoria de António Rosário Niquice. Prefaciado pelo Antigo Presidente da República Joaquim Alberto Chissano que também é patrono da Universidade Joaquim Chissano, o livro é resultado de uma pesquisa que o autor vem fazendo, há sensivelmente dois anos, procurando fazer uma radiografia daquilo que é o sector extractivo em África, e em Moçambique, em particular. Com quase 400 páginas, a obra aborda os desafios da indústria extractiva em Moçambique, desde a área de hidrocarbonetos, minerais diversos aos metais preciosos. Com o título, Niquice procura basicamente, fazer uma provocação ao mesmo tempo que constrói uma narrativa que permite perceber por que é que África sendo um continente abençoado de recursos minerais, tem efectivamente desafios, sobretudo, na área de segurança. “São desafios enormes, olhando, por exemplo, para o grande embondeiro adormecido que é a RD Congo, para Angola e Libéria que são países que passaram por situações extremamente difíceis, que têm a ver com a gestão dos conflitos. São conflitos que são o resultado da exploração desses recursos. Nalgumas vezes até a má gestão, ou má governação que interfere neste paradigma do desenvolvimento”, sustenta Niquice. Duma forma mais pormenorizada, o livro procura discutir todos estes aspectos, olhando para os desafios que encerram a indústria de hidrocarbonetos, no caso específico Moçambique, onde com o volume de recursos descobertos na bacia do Rovuma, o país está em condições de encaixar nos próximos 30 anos, cerca de 100 mil milhões de dólares. “Portanto, é muito dinheiro que pode transformar a chamada maldição de recursos em bênção, mas isso passa por vários factores que incluem a necessidade de diversificação da economia”, enfatiza. António Niquice defende que sendo esta uma commoditie que alimenta os grandes mercados ou países industrializados, Moçambique não pode viver de petróleo e gás, sendo por isso, necessário fazer-se com que as receitas arrecadadas contribuam para a diversificação da economia. Defende que é a partir da diversificação da economia que se pode transformar os recursos naturais em bênção, uma vez que vai se gerar outras cadeias de valores no agro-negócio, agro-indústrias que se assumirão como fontes alternativas de geração de renda, de emprego, auto-emprego, garantindo a redistribuição equitativa da riqueza. “Portanto, é de facto, uma pesquisa que resulta de indicadores factuais que tem a ver com a necessidade de se discutir com mais profundidade a questão da indústria extractiva porque grande parte desses recursos são esgotáveis, daí a necessidade de se pensar no presente, mas também no futuro”, sustentou Niquice. Abordando as políticas macro-económicas que precisam ser adoptadas, o autor da obra que também é Primeiro Secretário do Partido Frelimo, na cidade de Maputo, entende que o melhor que se fez em Moçambique, foi a criação do Fundo Soberano. “Conforme o previsto na Lei, me parece que o que foi feito pode assegurar que no presente e no futuro o país tenha uma capacidade de, através do orçamento do Estado, possa realizar as grandes linhas estratégicas do desenvolvimento, tendo em conta a questão prioritária que é a provisão de infra-estruturas resilientes, que permitem a ligação do país e do continente garantindo as trocas comerciais em benefício de todos incluindo os países sem acesso ao mar”, refere Niquice. O livro também faz uma análise pormenorizada sobre os desafios de segurança e no caso de Moçambique, o autor não se esconde quando o assunto é analisar a questão de Cabo Delgado, onde antes da descoberta dos recursos naturais, sobretudo, o gás natural não havia a insegurança gerada pelo terrorismo. António Niquice diz que, é indissociável que os desafios de segurança em Cabo Delgado, tem a ver com aquilo que o país tem hoje (reservas de gás) e chega a dizer que Moçambique devia se ter antecipado e preparado as condições de segurança antes das descobertas. “Portanto, a segurança deveria ter sido a prioridade dentre as prioridades, porque na verdade, para se mobilizar o Investimento Estrangeiro, a condição indispensável é ter a segurança. Esta é uma questão premente, pontual e de maneira nenhuma deveria ter sido descurada. A outra questão é fundamentalmente ligada aos mecanismos que temos para não permitir que esta bênção que Moçambique tem, não se transforme numa maldição. Discutimos isso no livro com maior profundidade” , avançou Niquice. Leia mais… Você pode gostar também SONEGAÇÃO DE IMPOSTOS: Moçambique ameaça executar bens da Rio Tinto FÓRUM RÚSSIA-ÁFRICA: Moçambique reforça cooperação bilateral AMBIENTE DE NEGÓCIOS EM INHAMBANE: Empresários pedem menos postos de controlo policial INAE incinera produtos fora do prazo em Manica Compartilhar 0 FacebookTwitterPinterestEmail Artigo anterior CNE vai desembolsar 260 milhões de meticais Próxima artigo Resgatadas 22 menores de uniões prematuras Artigos que também podes gostar Proposta de medidas para mitigar impacto Há 22 horas Bitcoin fixa novo recorde de quase 98 mil dólares Há 3 dias DIVIDENDOS DAS PARTICIPAÇÕES: Receitas do Estado sobem em 8 mil milhões Há 4 dias PR: Crescimento económico de 5,5% pode ser revisto em baixa Há 5 dias Produção de açúcar poderá atingir 1.9 milhão de toneladas Há 5 dias BdM devolve 808 milhões após queixas Há 6 dias