É LANÇADA hoje, na cidade de Maputo, a reedição do livro “Os Tambores Cantam”, de Armando Guebuza, poeta e antigo Presidente da República.
Editado pela primeira vez em 2006 pela Produções Lua, o livro foi desta vez reeditado pela Fundação Armando Emílio Guebuza.
De acordo com uma nota daquela fundação, o livro é composto por cerca de 30 textos líricos escritos por Guebuza no tempo colonial, antes e durante a luta de libertação nacional, e publicados em revistas e jornais nacionais e internacionais, com destaque para A Tribuna, O Brado Africano e Poesia de Combate.
Nos poemas, acrescenta, são notórias as marcas de pan-africanismo e negritude, envolvendo um forte sentimento nacionalista e revolucionário. “Com uma linguagem simples e directa, Armando Guebuza, no conjunto dos seus poemas, exterioriza as profundas injustiças sócio-políticas, o sofrimento e imposições do jugo colonial português, e acaba por fazer um discurso de cariz lírico-pedagógico, não fugindo, assim, ao mesmo pendor temático-ideológico dos outros poetas guerrilheiros”, esclarece.
Assim, a obra “Os Tambores Cantam” mostra que a poesia pode, em casos específicos e historicamente bem demarcados, funcionar como uma arma de consciencialização contra a injustiça, seja ela qual for, porque o Homem criou a poesia como forma de pôr a nu o canto da sua alma.
Segundo Carlos Pessane, Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Fundação Amando Emílio Guebuza, a reedição da obra “Os Tambores Cantam” tem em vista adequá-la ao novo contexto.
“A Fundação decidiu reeditar o livro em homenagem ao antigo Chefe do Estado e patrono da Fundação. Também porque era preciso colocar o livro nas prateleiras com uma nova roupagem e num contexto actual”, referiu.
Uma das inovações que a obra contém é a introdução de ensaios do académico Nataniel Ngomane e do escritor Marcelo Panguana. A edição de 2006 foi prefaciada pelo saudoso poeta e escritor Calane da Silva e nesta reedição foi incorporado, também, um prefácio da escritora Paulina Chiziane.