Quinta-feira, 19 Setembro, 2024
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África regista aumento da “varíola dos macacos”

Por Jornal Notícias
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AS autoridades sanitárias africanas afirmaram ontem que as infecções por vírus Monkeypox (Mpox), conhecido por “varíola dos macacos”, aumentaram 160 por cento no último ano, alertando para o elevado risco de propagação por falta de tratamentos ou vacinas eficazes no continente.

Os Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC África) afirmaram, num relatório, que o Mpox foi detectado em 10 países africanos este ano. O Burundi e o Ruanda registaram o vírus pela primeira vez. A República Centro-Africana (RCA) foi a primeira a confirmar um novo surto na segunda-feira, afirmando que se estendia à sua capital densamente povoada, Bangui.

Na quarta-feira, o Ministério da Saúde do Quénia disse ter encontrado infecção por Mpox num passageiro que viajava do Uganda para o Ruanda, num posto fronteiriço no sul do país. Num comunicado, o ministério afirmou que um único caso de “varíola dos macacos” era suficiente para justificar uma declaração de surto.

Dos mais de 14 mil casos notificados ao CDC África, mais de 96 por cento destes e mortes ocorreram na República Democrática do Congo (RD Congo). No início deste ano, os cientistas relataram o aparecimento de uma nova forma de varíola numa cidade mineira congolesa que, segundo receavam, poderia propagar-se mais facilmente entre as pessoas.

O CDC África afirmou que a taxa de mortalidade, que é de cerca de 3 por cento, “tem sido muito mais elevada no continente africano do que no resto do mundo”. A versão do Mpox observada na RD Congo pode matar até 10 por cento das pessoas infectadas.

Segundo o CDC África, cerca de 70 por cento dos casos na RD Congo ocorrem em crianças com menos de 15 anos, que são também responsáveis por 85 por cento das mortes.

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) considerou “preocupante” a expansão do surto, referindo que a doença também foi observada em campos de deslocados na região de Kivu do Norte, na RD Congo, que faz fronteira com o Ruanda.

“Existe um risco real de explosão, tendo em conta os enormes movimentos de entrada e saída da população”, afirmou o director médico dos MSF para a RD Congo, Louis Massing.

Em 11 de Julho, a Organização Mundial da Saúde OMS alertou para a ameaça que a “varíola dos macacos” representa para a saúde mundial. A RD Congo está a ser particularmente atingida, com mais de 10 mil casos registados, incluindo 450 mortes.

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