Quinta-feira, 21 Novembro, 2024
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VIOLAÇÃO DO CÓDIGO DE ÉTICA: Ruanda destitui mais de 200 militares

Por Jornal Notícias
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O PRESIDENTE do Ruanda, Paul Kagame, ordenou a demissão de 21 oficiais do Exército bem como de 195 outros oficiais militares de outras patentes por má conduta grave e corrupção, anunciou o Ministério da Defesa.

Numa breve declaração nas redes sociais, semana finda, o ministério anunciou a demissão dos oficiais, incluindo o major-general Martin Nzaramba e o coronel Etienne Uwimana, juntamente com “outros 19 oficiais superiores e subalternos”.

Kagame “autorizou igualmente o despedimento e a rescisão dos contratos de 195 outras patentes das Forças de Defesa do Ruanda”, acrescentaram as autoridades.

Embora o Governo ruandês não tenha explicado as razões da decisão, o porta-voz do Exército, brigadeiro-general Ronald Rwivanga, declarou à imprensa que a medida está relacionada com violações do rigoroso código de ética das Forças Armadas do país.

Assim, de acordo com o porta-voz, o major-general Nzaramba, antigo comandante do Centro de Formação Militar Básica de Nasho (no distrito oriental de Kirehe), que se reformou em Agosto de 2023, “foi demitido por corrupção e desvio de fundos destinados ao bem-estar dos soldados durante o seu serviço” como formador.

Entretanto, Uwimana, que era até agora médico no Hospital Militar do Ruanda (na capital, Kigali), perdeu o seu posto “por má conduta grave e violação da ética e dos valores das Forças Armadas”, disse Rwivanga.

“Outros casos de despedimento estão também relacionados com corrupção e má conduta grave. As Forças Armadas Ruandesas mantêm-se firmes na sua política de tolerância zero para com a corrupção, a indisciplina grave e a má conduta”, concluiu o porta-voz.

Kagame, 66 anos, tomou a decisão de mandar afastar os militares dois meses depois de ter vencido as eleições de 15 de Junho com 99,18 por cento dos votos, uma vitória que não surpreendeu, depois de ter ganho com mais de 90% nas três eleições que disputou anteriormente (2003, 2010 e 2017).

Líder da Frente Patriótica Ruandesa (RPF, na sigla inglesa), Kagame foi reconhecido internacionalmente pelos seus êxitos económicos e pela reconstrução do país após o genocídio de 1994, que matou pelo menos 800 mil tutsis e hutus moderados em pouco mais de três meses.

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