Reina anarquia nos “chapas” de estudantes

AS viaturas de transporte semi-colectivo de passageiros que levam estudantes nas horas de ponta, na região do Grande Maputo, transformaram-se em lugares para comportamentos desviantes, incluindo o consumo de álcool e atentado ao pudor.

O transporte de alunos nos “chapas” durante o período matinal e no fim do dia ganhou terreno nos últimos tempos, impulsionado pelo elevado custo que os pais e encarregados de educação incorrem com as carrinhas escolares, aliado à falta de autocarros públicos.

Os veículos que deviam assegurar a mobilidade segura dos utentes, se tornaram em espaços onde é permitido fazer quase tudo, desde consumir bebidas alcoólicas e substâncias psico-activas, ouvir música com volume alto e actos que atentam aos bons costumes.

A estes problemas, alia-se à superlotação das viaturas, com todos os riscos que tal representa em caso de ocorrência de acidente de viação e outros tipos de incidentes.

Para perceber esta realidade, o “Notícias” embarcou num dos “chapas” que transporta alunos das escolas secundárias Josina Machel, Polana, Zedequias Manganhela, Lhanguene, Armando Guebuza, Francisco Manyanga, Heróis Moçambicanos, para além de instituições do ensino técnico-profissional e superior na cidade de Maputo.

Logo à entrada, no terminal de “chapas” do Museu, a viatura “Papitoo”, tal como é conhecido um dos operadores, encontrava-se lotada. Os espaços destinados a um passageiro estavam ocupados por dois estudantes, muitas vezes de sexos opostos. O aperto extremo fazia com que qualquer movimento no interior fosse praticamente impossível.

O som alto da música, misturado às conversas e risadas, cria um ambiente caótico e desordenado. A poluição sonora, alimentada por sistemas de som potente, tem sido um dos factores que atrai os alunos que buscam “ambientes de festa” no regresso à casa.

Foto: C. Macassa

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