Apelos à justiça no adeus a Elvino Dias

FORAM hoje a enterrar, no Cemitério de Michafutene, os restos mortais de Elvino Dias, advogado e assessor jurídico do candidato presidencial Venâncio Mondlane, assassinado no fim-de-semana, com diversas vozes apelando à justiça.

Dias foi assassinado na companhia do mandatário do partido PODEMOS, Paulo Guambe, num tiroteio que feriu também uma mulher ainda em observação no Hospital Central de Maputo (HCM).

Na manhã de hoje familiares, amigos e colegas prestaram a última homenagem, num velório realizado na Igreja Nossa Senhora do Rosário, no Bairro de Laulane, com massiva presença de populares.

Numa cerimónia carregada pelo peso da tristeza no semblante dos presentes e nas mensagens dos mais próximos, o finado foi descrito como homem de convicções próprias e fortes, e senso de justiça na defesa do bem-estar colectivo.

Em representação da família, Mariano Veloso Dias, sobrinho, destacou o trajecto profissional do finado, descrevendo-o como inspirador e de muito contributo para o crescimento da intelectualidade.

“Teve uma carreira de muito êxito em diferentes bancos da praça, actuando em contenciosos de dívidas e outras áreas. As suas reflexões sempre foram uma semente para o estímulo do pensamento crítico”, realçando ainda o seu papel de pai e marido.

A Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM), representada pelo Bastonário Carlos Martins, anotou que o crime cometido contra Elvino Dias é um atentado à justiça e às liberdades consolidadas no país.

“É um homem que escolheu lutar sem receios, íntegro, que defendeu os ideais da justiça. Um profissional que na sua causa colocou em sentido os vários aparelhos com os quais combateu judicialmente”, afirmou.

A mensagem de Venâncio Mondlane, ausente na cerimónia, chegou na voz de Dinis Tivane, representante do PODEMOS, que prometeu dar seguimento a todos os conselhos e comandos jurídicos do advogado.

“Vamos continuar a cumprir todas as orientações que estão registadas. A sua luta, e principalmente morte, não serão em vão, os 25 tiros dados serão vingados com o sucesso na materialização do bem-estar do povo”, vincou.

A Associação Moçambicana de Juízes, através do seu vice-presidente, Jafete Fremo, instou todas as instituições competentes a trazerem à barra do tribunal os autores morais e materiais do crime, com vista à aplicação de todo peso da lei na sua responsabilização.

No consolo à família, clamor por justiça e encorajamentos, ficaram ainda mensagens do presidente da Coligação Aliança Democrática (CAD), Manecas Daniel, e João Massango, pelos partidos políticos extra-parlamentares.

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