Quarta-feira, 6 Novembro, 2024
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Nyusi diz-se aberto ao diálogo político

Por Jornal Notícias
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O PRESIDENTE da República, Filipe Nyusi, disse estar aberto ao diálogo político para o fim das manifestações violentas, desde que haja confiança entre o promotor da agitação e o Governo.

Esta afirmação foi feita ontem durante a saudação dos titulares dos órgãos de administração da Justiça ao Chefe do Estado, por ocasião de 5 de Novembro, Dia da Legalidade.

No seu discurso, Nyusi agradeceu aos moçambicanos e à comunidade internacional pela solidariedade, destacando não haver dificuldades para que o mesmo ocorra, até porque o país tem experiência nesta matéria, citando o exemplo dos encontros que culminaram com o DDR.

Esclareceu que se o diálogo não está ainda a acontecer é porque precisa-se criar confiança entre as partes.

O Presidente detalhou que o facto de estar no fim de mandato é outro factor que não lhe abre muito espaço para acelerar o diálogo, sob pena de comprometer o próximo ciclo governativo.

Para além disso, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o Conselho Constitucional (CC) estão ainda a trabalhar para o encerramento do processo eleitoral, daí que qualquer passo da parte do Governo equivaleria a uma interferência no trabalho em curso.

Apelou que não haja especulações nem dúvidas porque vai deixar o poder logo que o seu mandato terminar. “No primeiro minuto depois de terminar o meu mandato vou entregar o poder e continuar a contribuir para a sociedade”.

Reiterou que o diálogo exige esforço para garantir melhores resultados e não precisa de relatórios, porque isso reduz a produtividade do processo em si.

Na mesma ocasião, o Chefe do Estado voltou a apelar à calma dos jovens, argumentando não haver necessidade de paralisar o país enquanto os órgãos eleitorais estão a trabalhar.

“Não podemos ser um país de problemas na África Austral, porque não somos os piores. Não devemos destruir infra-estruturas para depois criticar dizendo ora porque o país não tem estradas, escolas, hospitais, farmácias. Cada buraco que se abre a sua reparação acarreta custos altos para a resselagem”.

Pediu para a não instrumentalização das crianças, que não sabem o que está a acontecer e acabam sendo atingidas por balas perdidas.

“Vamos trabalhar para que essas crianças sejam bons políticos e melhores que nós; vamos deixar os jovens nas universidades terminarem a sua formação para o desenvolvimento do país, como melhores juízes, advogados, professores, políticos, etc.”.

Apelou aos comentaristas dos órgãos de comunicação a serem coerentes nas suas análises para não prejudicarem a renda das famílias moçambicanas devido à paralisação laboral e bloqueio das vias.

“Estamos no período de exames escolares, os pais devem matricular os filhos, estes fenómenos vão marcar a todos alunos, crianças que não vão conseguir estudar porque alguém decidiu fazer manifestações violentas.

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