Segunda-feira, 25 Novembro, 2024
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Angolanos marcham contra fome 

Por Jornal Notícias
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MILHARES de pessoas marcharam sábado, em Luanda, contra a fome, num protesto convocado pelos partidos da oposição que integram a Frente Patriótica Unida (FPU)  e  em que participaram outras forças políticas, activistas e a sociedade civil.

Os protestantes partiram do cemitério de Santa Ana em direcção ao Largo das Escolas para manifestar contra a fome e a pobreza e em prol da democracia.

Apesar do calor intenso que se fazia sentir, o ritmo do kuduro ia animando os manifestantes que expressavam as suas preocupações através de dizeres em “tshirts” e cartazes caseiros onde se lia “A fome em Angola é real” e se apelava à mobilização das autarcas.

Elda Eduardo dos Santos, dirigente da UNITA, mostrou-se preocupada com a fome e extrema miséria do povo, lamentando que num país tão rico “o governo continua a fazer sofrer o povo, a não dar qualidade de vida e condições básicas que são direitos inalienáveis da pessoa humana”.

“Hoje estamos aqui para dizer ‘Basta!’. Quando o povo se levanta significa que temos de mudar ”, destacou.

Carlos Domingos, professor, assinalou que “o executivo já fez muito”, mas que a fome em Angola ainda é uma realidade.

“O governo devia-se preocupar em melhorar a cesta básica e dar um cartão de compras aos pobres no sentido de manter o bem-estar económico e social dos angolanos”, afirmou, criticando o executivo por estar mais preocupado com a sua imagem exterior.

“E a comunidade internacional também aceita isso e não tenta intervir na realidade dos angolanos, por isso estamos aqui, com essa voz viva no sentido de o governo de João Lourenço resolver com urgência a questão da fome”, apelou o professor.

A vendedora ambulante (zungueira) Rosa Faustino afirmou que se juntou à marcha por causa da fome. “As panelas estão a gritar não temos comida, o preço do arroz subiu,  medicamento nos hospitais nem se fala. A vida está muito difícil não estamos a conseguir comprar nada nas lojas para sustentarmos os nossos filhos”, desabafou.

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