Quarta-feira, 4 Dezembro, 2024
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VENDA INFORMAL NO VALE DO INFULENE: Um negócio que sustenta famílias

Por Jornal Notícias
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EDILIA MUNGUAMBE

A FALTA de emprego e a necessidade premente de sustentar famílias, tem motivado várias mulheres a embarcarem em pequenos negócios que garantam “o pão nosso” de cada dia.

Edna Penga, Ancha Mulima e Esperança Nhacumbe, são exemplos de mulheres que, ao amanhecer de cada dia, erguem-se para encarar adversidades, porém, comercializando hortícolas que brotam das fertilíssimas terras do Vale do Infulene.

Faça sol, faça chuva lá estão elas, em plena rua principal vendendo frutas diversas, hortícolas, viveiros, tendo foco nas viaturas que circulam por esta via. M as os peões não escapam aos convites/chamamentos daquelas mulheres que querem ver os seus negócios prosperarem a bem da renda familiar.

Elas abraçam este desafio fazendo parte da legião de mulheres, cujas vidas melhoram por via de negócio próprio.  

Edna Penga, 22 anos, é uma das mulheres batalhadoras que procura independência financeira, vendendo alface, numa actividade iniciada aos 17 anos, altura em que frequentava o ensino secundário.

A ideia era custear as despesas da escola, ajudar os pais no sustento da família, bem como satisfazer as suas necessidades básicas.

Desde cedo auxilia a mãe na venda verduras, período durante o qual aprendeu como desenvolver a actividade. Hoje em dia, conhece o tipo de hortícolas mais procuradas, a escolha de canteiros com produtos de qualidade e as mais diversificadas formas de angariar clientes.

“Esta experiência torna fácil o desenvolvimento do meu o negócio e a minha própria mãe reconhece as minhas habilidades nesta matéria”, afirmou.

Edna Penga adianta que nada neste exercício é fácil, pois, é preciso conciliar o negócio com os estudos. Com o esforço, foco, e determinação conseguiu concluir a 12ª classe com sucesso.

A fonte explica que no inverno o preço de um canteiro de alface varia entre de 150 a 250 meticais e no verão, chega a custar 700 meticais, por ser época de escassez.

“Dependendo do movimento é possível esgotar a venda de todo o canteiro de alface  em dois dias. A época de abundância é a mais crítica para o negócio, porque muitas famílias têm hortas nos seus próprios quintais”, lamentou. 

Sobre as principais dificuldades durante a actividade, Penga aponta sobretudo as intempéries como calor, uma vez que a actividade é feita debaixo do sol, para além da chuva e poeira.

Porque a resiliência também faz parte do segredo do negócio, Edna Penga conta que para se proteger dos raios solares veste sempre roupas incomuns, que cobrem o corpo todo, dos braços às pernas, muitas vezes com um chapéu à cabeça.  

Solteira, a viver na companhia dos pais, é para o sustento deles que direcciona os seus rendimentos, para além de poupar a pensar num investimento mais adulto, futuramente.

Com a 12ª concluída, ainda não se candidatou a nenhum curso do ensino superior, mas não deixa de sonhar. Enquanto vende alface no Infulene, está de olho na área de protecção, como agente policial.

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