Namibianos elegem novo presidente

CERCA de 1,4 milhão de eleitores namibianos aguardam os resultados eleitorais, depois de terem votado quarta-feira para eleger um novo presidente e parlamento da Namíbia, num escrutínio em que o partido no poder, SWAPO, enfrenta uma forte concorrência.

A SWAPO (Organização do Povo do Sudoeste Africano) governa o país desde que o levou à independência do regime do apartheid da África do Sul, em 1990.

A sua candidata presidencial, a actual vice-presidente, Netumbo Nandi-Ndaitwah, pode tornar-se na primeira mulher a liderar o país, se vencer.

O apoio à SWAPO caiu para 56 por cento nas eleições presidenciais de 2019, de 87 por cento em 2014. Para ser eleito presidente, um candidato deve obter mais de 50 por cento dos votos ou haverá uma segunda volta. Os namibianos votam separadamente para a Assembleia Nacional.

A liderar um grupo de 14 candidatos da oposição está o dentista tornado político, Panduleni Itula, que ficou em segundo lugar nas presidenciais de 2019.

Analistas políticos apontam que existe uma possibilidade de a SWAPO perder o poder devido ao descontentamento juvenil com as altas taxas de desemprego, desigualdade e alegações de corrupção, embora a lealdade dos eleitores mais velhos e rurais possa ajudá-la a manter-se na liderança do país.

A Namíbia é actualmente liderada pelo presidente interino Nangolo Mbumba, que assumiu em Fevereiro após a morte do ex-presidente Hage Geingob, mas não concorre ao cargo.

“O maior desafio que temos neste país agora é o desemprego”, disse Nandi-Ndaitwah, após votar numa escola primária na capital Windhoek.

“Nossa prioridade é a criação de emprego, principalmente entre os nossos jovens”, acrescentou, apontando as sucessivas secas e a pandemia da Covid-19 por piorar a situação.

A Namíbia tem visto um crescimento económico relativamente forte nos últimos anos, impulsionado por investimentos em petróleo, gás e hidrogénio verde.

Os resultados das eleições presidenciais são esperados nos próximos dias.

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