Quarta-feira, 4 Dezembro, 2024
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FIPAG desafiado a encontrar soluções para crise de água

Por Jornal Notícias
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TODOS os anos, no período de escassez de chuva, há crise de água na cidade de Nampula. O cenário é neste momento dramático e enquanto a solução definitiva do problema tarda em chegar a maioria dos munícipes vive uma situação de desespero.

O sector das Obras Publicas aponta como solução de momento o abastecimento do recurso de forma alternativa por meio de camiões-sisterna as zonas consideradas críticas. A crise agravou-se, devido a redução dos volumes na albufeira do rio Monapo, que forçou a restrição no fornecimento em diversos bairros, como Muahivire, Central Urbano, Muhala, Namicopo, entre outros.

A medida, segundo avançou o Gabinete de Comunicação da empresa Águas da Região Norte (AdRN), visa regular a gestão das bacias da Região Norte, de modo a garantir o fornecimento de água até a próxima época chuvosa. “Estão em curso algumas medidas que visam aumentar o volume de abastecimento, através da operacionalização dos pequenos sistemas localizados no bairro de Natikiri e manutenção e melhoria do sistema do campo de furos de Muatala. A decisão surgiu após um consenso com ARA-Norte, que regula a gestão das  bacias a nível da região, para que haja uma gestão criteriosa no fornecimento da água até o início da época chuvosa” disse.

Num documento a que o Notícias teve acesso, a Administração Regional das Águas do Norte (ARA-Norte) fez saber que para a gestão criteriosa do recurso na albufeira devido a aproximação da estiagem, foi iniciada a redução dos volumes de água. Ainda de acordo com o mesmo documento, a realização das actividades descritas tem como impacto a alteração e redução do período de fornecimento de água.

Outrossim, o FIPAG tem vindo a efectuar investimentos para o fornecimento do abastecimento de água a população, través de pesquisas de novos furos de captação, aumento da capacidade de armazenamento de água, aquisição e instalação dos equipamentos, substituição de condutas obsoletas, entre outros, refere a fonte.

Enquanto a chuva não cai, os munícipes que não dispõem de recursos para a instalação de sistemas sustentáveis nos seus quintais recorrem a fontes como poços cavados, com todos os riscos dai decorrentes.

Na actual situação, notam-se um pouco por todos ao bairros longas filas, sobretudo nas primeiras horas do dia, de mulheres e criança, a procura do precioso líquido em zonas onde pode ser encontrado, percorrendo, muitas vezes, longas distâncias, com todo o tipo de recipientes de conservação. Porém, os cidadãos que possuem sistemas privados referem que, nos últimos dias, a água tende a escassear, devido a demanda.

Em algumas zonas, como Memória e Namicopo, os poços caseiros secaram. Moradores ouvidos pela nossa Reportagem disseram que caso não chova em  abundância nos próximos dias, a situação será mais crítica ainda.

Jamal Xavier, residente num dos prédios da cidade. Disse ter tomado conhecimento, através dos órgãos de Comunicação Social, que a empresa responsável pelo fornecimento da água já é incapaz de abastecer o recurso com regularidade, devido a redução dos níveis na albufeira do rio Monapo.

O entrevistado apelou ao FIPAG a encontrar alternativas sustentáveis para resolver definitivamente o problema que se vive em todos os anos. A crise de água está a afectar severamente algumas unidades sanitárias, como o Centro de Saúde 25 de Junho, por exemplo.

Urina e excrementos humanos notam-se nos banheiros do hospital. Segundo contaram alguns pacientes, a pouca água existente é reservada a higiene da maternidade. Os utentes do centro de saúde lamentam a situação e pedem as autoridades que resolvam, definitivamente, o problema de água.

Enquanto isso, o director clínico do Hospital Psiquiátrico de Nampula, Rogério Mulumba, assegurou que, apesar das restrições, a unidade sanitária tem procurado gerir de forma racional a água existente, como forma de garantir a higiene dos pacientes.

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