Interrompida linha-férrea Moçambique/Zimbabwe

A LIGAÇÃO ferroviária entre Moçambique e Zimbabwe, através da linha Beira-Machipanda, está interrompida desde terça-feira, em resultado da remoção de um seguimento de carris na vila de Gondola, província de Manica.

O corte, de mais de dois quilómetros, foi efectuado pelos trabalhadores da Brigada de Reconstrução da Linha de Machipanda, que reivindicam a sua integração na empresa Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM).

Com efeito, os trabalhadores afirmam que receberam promessas de melhoria da sua situação contratual, o que não se efectivou.

Segundo os trabalhadores, desde o início da reconstrução da linha trabalhavam acima do previsto na lei, mas nunca foram compensados. Alegam que entravam às 5.00 horas, mas sem hora de largar e em certos dias trabalhavam até dia seguinte, sem direito ao pagamento de horas extraordinárias.

Reivindicam igualmente a sua efectividade, em cumprimento de uma suposta promessa da empresa Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), e justificam que sabotaram a linha na expectativa de despertar a atenção de quem de direito para atender às suas inquietações.

A interrupção afecta a circulação de comboios de carga e de passageiros entre Beira, na província de Sofala, e o Posto Administrativo de Machipanda, que faz fronteira com o Zimbabwe.

Entretanto, em comunicado, os CFM lamentam a atitude do grupo, que destruiu aquilo que ajudou a construir só porque entende que deve ser integrado no quadro efectivo ou ser lhe pago uma indemnização pelo tempo que esteve a laborar na brigada.

Explica que, conforme o contrato, aquele grupo foi contemplado no projecto, sendo que o vínculo terminou em Dezembro de 2023, com o fim da brigada.

Assim, a empresa apela ao bom senso do grupo, no sentido de valorizar o contributo que deu para o desenvolvimento do país, e que novas e mais oportunidades surgirão.

Com uma extensão de 317 quilómetros, a linha Beira-Machipanda é crucial para dinamizar a economia da África Austral.

Foi reinaugurada em Novembro de 2023, depois de reabilitada num investimento de cerca de 200 milhões de dólares.

Leia mais…