Pescadores recebem materiais para a pesca

PESCADORES artesanais dos conselhos de pesca de Njalane, Casa Partida e Régulo Luís, na cidade da Beira, que haviam perdido seus meios de trabalhos na sequência da passagem dos ciclones Guambe e Ana, acabam de receber do governo do distrito da Beira materiais de pesca, que vão permitir o retorno em pleno à actividade piscatória. 

Trata-se de cinco embarcações, 19 “kits” de redes de pesca de emalhar, igual número de linha de mão, entregues em cerimónia dirigida pelo administrador da Beira, José Mutoroma, no âmbito do programa de Janela de Resposta à Crise (CRW) do ProAzul, cujo fundos são doados pelo Banco Mundial.

Os “kits” de rede de malhar contém rede, bóias, chumbos, linha, agulhas, cordas, âncoras, e coletes salva-vidas e o de linha de mão, contempla destorcedores, linhas de mão e anzóis. 

De acordo com Mutoroma, a iniciativa visa promover a pesca artesanal e a sua cadeia de valor, no que toca à captura, processamento, transporte e comercialização do pescado.

O dirigente revelou que mais de mil pescadores afectados pela calamidade, perderam as canoas e diverso material de pesca, e o regresso à faina de forma segura só foi possível com o apoio que têm vindo a receber no âmbito do programa do governo.

“A nossa estratégia integrada, como governo, visa encontrar soluções sustentáveis e concentrar-se em fazer da pesca uma ferramenta estratégica para contribuir, de forma significativa, para assegurar a segurança alimentar, para o emprego, e o crescimento inclusivo, assegurando simultaneamente a sustentabilidade dos ecossistemas para as gerações futuras”, sublinhou Mutoroma. 

Exortou os pescadores a fazerem um bom uso do material oferecido pelo governo, processo que continuará de forma gradual até atingir todos os grupos de pescadores atingidos pelas calamidades provocadas pelos ciclones Guambe e Ana.

Por sua vez, o delegado provincial do Instituto de Desenvolvimento da Pesca e Aquacultura de Sofala, Isidro Intave, afirmou que o governo tem estado a apoiar pescadores artesanais e alguns agregados familiares com insumos para as suas actividades. 

Sem revelar os custos para aquisição do material, a fonte acrescentou que “hoje como resultado do nosso compromisso com o bem-estar dos moçambicanos, bem como o nosso cometimento de desenvolver através do aumento de produtividade e criando empregos, estamos aqui para proceder a entrega de cinco embarcações e material de pesca, de modo que os beneficiários voltem a ter autonomia de se fazerem a pesca em mar aberto”. 

António Máximo, um dos beneficiários e membros do Conselho Comunitário de Pesca de Njalane, agradeceu a oferta e reconheceu que a embarcação fazia muita falta.

“Eu sinto que os meus colegas também estão muito satisfeitos com as embarcações e redes,que  sem dúvida representam o início de uma nova era para os pescadores da Beira”, referiu.

“Com o novo equipamento, especialmente a embarcação, vai ajudar-me a pescar no alto-mar e aumentar a produção”, disse.

Outro beneficiário, António José, igualmente membro do Conselho Comunitário de Pesca da Casa Partida, lembrou que quando o seu barco foi danificado pelo ciclone só conseguiu recuperar o motor e a rede:  “Todo este tempo usava um barco alugado, agora que recebi uma nova embarcação os rendimentos vão aumentar”, perspectivou.

Leia mais…