Quarta-feira, 18 Dezembro, 2024
Início » Muito lixo por recolher na capital

Muito lixo por recolher na capital

Por Jornal Notícias
204 Visualizações

OS serviços de recolha e gestão de resíduos sólidos ainda não foram repostos em pleno na cidade de Maputo, situação que leva o acúmulo de lixo nos bairros.

A facto foi agravado pela onda de manifestações violentas, em contestação aos resultados das eleições gerais de 9 de Outubro.

Apesar dos protestos terem sido suspensos, a recolha de lixo continua irregular, deixando vários bairros em condições insalubres, o que constitui um atentado à saúde publica.

Isabel Francisco, do bairro Maxaquene “A”, indicou que o cenário agravou-se nos sete dias da última vaga de manifestações, quando a recolha foi interrompida.

“Vivemos sujeitos à imundície, onde somos obrigados a suportar o cheiro nauseabundo e as moscas nos alimentos. Tememos contrair doenças como a cólera e malária”, afirmou.  

Nos bairros periféricos como Polana-Caniço “A”, Xipamanine, Chamanculo, 25 de Junho, Luís Cabral, Zimpeto, Magoanine “A”, “B”, “C” e outros, o cenário é igualmente preocupante. Marcos Fulaho, da Polana-Caniço “A”,  relatou que mesmo antes dos protestos o sistema de recolha já era deficitário.

“Antes recolhiam o lixo de forma faseada, mas agora nem isso acontece. A cada dia que passa a situação piora, porque não temos onde depositar os resíduos”, explicou.

Revelou que,  historicamente, durante a quadra festiva o município não consegue lidar com o aumento do volume de resíduos sólidos gerados, e o serviço só retoma com regularidade depois de 5 de Janeiro.  

Na Praça dos Combatentes, o problema reflecte-se no comércio informal. Joana Benjamin, vendedora, relatou que a recolha deficiente  prejudica o fluxo de clientes.

“Retomaram o serviço no sábado, mas não recolhem todos os dias. O cheiro é insuportável e os produtos ficam rodeados de moscas, afastando os compradores e criando riscos de eclosão de várias doenças”, lamentou.  

O director municipal de Ambiente e Salubridade na capital do país, Sérgio Manhique, reconheceu as dificuldades na remoção de resíduos. Afirmou que o município e as empresas responsáveis estão a envidar esforços para eliminar os focos de lixo.

“No último sábado, recolhemos 252 toneladas no Mercado grossista do Zimpeto. No domingo, realizámos um trabalho similar na Avenida dos Acordos de Lusaka e Estrada Circular”, disse a fonte.  

Acrescentou que as autoridades deverão adoptar medidas de emergência para acelerar o processo, incluindo a alocação de quatro novos camiões e uma máquina adicional.

 “Estamos em contacto com os parceiros para reforçar os meios disponíveis e minimizar o impacto antes que as chuvas compliquem ainda mais a situação”, afirmou.

Artigos que também podes gostar