Segunda-feira, 23 Dezembro, 2024
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Moçambique referência no controlo da influenza

Por Jornal Notícias
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O PAÍS tornou-se referência internacional no controlo e gestão da influenza aviária, facto que poderá levar alguns países a virem buscar a experiência das autoridades veterinárias nacionais na área de sanidade animal.

O reconhecimento surge depois de o sector de Desenvolvimento Pecuário ter conseguido travar o alastramento da doença, após os episódios que assolaram um aviário no distrito de Morrumbene, na província de Inhambane, em Outubro de 2023.

A eclosão da influenza aviária terá forçado, na altura, ao abate e incineração de mais de 45 mil poedeiras e quantidade não especificada de ovos produzidos em uma unidade avícola.

Segundo o chefe do departamento da Pecuária na Direcção Provincial da Agricultura e Pescas em Inhambane, Rui Richua, o mundo tem estado a buscar estratégias para acabar com esta doença e o distrito de Morrumbene surge como a experiência única a nível do mundo de conseguir, em pouco tempo, ultrapassar a crise e retomar a produção sem constrangimentos.

Explicou que, não obstante os resultados alcançados em Morrumbene, há necessidade de capturar as aves migratórias nas suas zonas de origem, colectar amostras e realizar testes.

A medida, segundo a fonte, visa evitar que situações semelhantes voltem a acontecer, por isso está em curso a vigilância epidemiológica passiva, com a produção de relatórios semanais sobre a situação das aves da região.

Richua disse que este trabalho ocorre após uma vigilância epidemiológica activa, que consistiu na colecta de 640 amostras de soros e zalcatroas nos distritos que têm contacto com o Oceano Índico. Moçambique faz parte da rota migratória obrigatória das aves que se deslocam entre a Europa e Ásia, passando pela Nigéria, Angola e África do Sul.

Para tal, foram treinadas equipas compostas por dois técnicos de cada distrito e dada a novidade da gripe aviária, as autoridades precisaram de se adaptar rapidamente.

O treinamento abrangeu ainda 54 criadores, numa acção apoiada pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em questões de biossegurança.

O chefe do departamento de Pecuária afirmou que, depois de se comprovar que a área estava livre da doença, o proprietário do aviário afectado foi orientado a fazer o repovoamento, reiniciando com a reintrodução de 15 mil poedeiras de onde foram colhidas novas amostras  enviadas ao laboratório cujos resultados deram negativo e em seguida, introduziu-se mais 15 mil poedeiras, totalizando agora 30 mil.

Com a contribuição de outros produtores, a província alcançou, em Novembro de 2023, uma produção de 58 mil dúzias de ovos.

Com os lotes introduzidos, Inhambane passou a produzir consistentemente desde Janeiro, alcançando 316 mil dúzias de ovos, contra 633 mil dúzias anteriores à eclosão da gripe aviária. Para este mês, espera-se uma produção  de 68 a 69 mil dúzias de ovos.

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