Ferimentos e destruições na véspera da festa do Natal

WALTER MBENHANE

Dezenas de feridos e um rasto de destruições e saques em estabelecimentos comerciais constituem o balanço preliminar das manifestações pós-eleitorais havidas na segunda-feira em vários pontos do país tendo como epicentro a cidade e província de Maputo.

Até ao meio da manhã de ontem, o Hospital Provincial de Maputo havia reportado pelo menos 50 pessoas feridas por balas de arma de fogo. 

Para além disso, várias infra-estruturas de venda de produtos diversos foram destruídas e/ou saqueadas, numa saga em que não escaparam postos de cobrança de portagem e agências bancárias.

Na cidade de Maputo, por exemplo, os manifestantes incendiaram a Central de Abastecimento do Ministério da Saúde (MISAU) reduzindo a cinzas todo o medicamento, material medico-cirúrgico e equipamentos diversos.

No mesmo local, o “Notícias” constatou que os contestatários incendiaram dezenas de viaturas novas, entre ambulâncias, veículos para o sector administrativo e camiões de apoio, num armazém que praticamente responde pela logística de toda a região sul do país e não só.

O jornal testemunhou que na avenida das FPLM, próximo à Praça dos Combatentes, vários são os estabelecimentos comerciais vandalizados, incluindo uma instituição bancária.

No bairro do Aeroporto, um grupo queimou o Tribunal Judicial do Distrito Municipal KaMaxakeni, enquanto nas Mahotas um outro incendiou o posto policial local.

Na província de Maputo, os manifestantes queimaram uma unidade policial na Matola-700, e em Cumbeza, distrito de Marracuene, destruíram o posto de cobrança de portagem da REVIMO.

Diversas infra-estruturas públicas, com enfoque para a sede do Governo e município da Manhiça, foram queimadas. Na esquadra local libertaram os detidos.

Em Gaza, o trânsito de viaturas na N1, na cidade de Xai-Xai, ficou interrompido, devido às barricadas colocadas na faixa de rodagem.

Na Zambézia, vários distritos estão em tensão. A Polícia da República de Moçambique (PRM) reporta o ferimento de oito agentes da corporação e destruição de quatro edifícios do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE).

Em Tete, reporta-se a morte de uma pessoa a tiro e ferimento de outras duas.

Refira-se que, segundo o comandante-geral da PRM, Bernardino Rafael, 11 membros da corporação morreram desde o início destas manifestações, para além de 122 feridos.

Leia mais…