Fraco movimento de compras

A CIDADE de Nampula vive um momento atípico, marcado por fraco movimento de compras nas vésperas do Dia da família ou Natal para os cristãos, comparativamente aos anos anteriores. Comerciantes, formais e informais, abordados pela nossa Reportagem apontaram redução significativa dos volumes de venda, o que também tem reflexos nas campanhas promocionais, com destaque de roupa e produtos alimentares.

É característica marcante nesta época do ano a venda informal de roupa nas portas dos estabelecimentos comerciais e nos passeios, a preços, regra geral, promocionais. O comerciante Rajú Achiraf disse que a fraca procura de produtos tem impacto na arrecadação de receitas.

Explicou que a estas alturas do ano, as prateleiras já estariam quase vazias, e as lojas e supermercados abarrotadas de gente, mas a realidade é, actualmente, diferente. “Este ano, mal conseguimos vender metade do ‘stock’ previsto para o Natal. É complicado esperar melhorias de negócio, há poucas horas das festas do Natal”, lamentou.

Abdul Juma, responsável de um supermercado localizado numa das avenidas do centro urbano, também disse não vender quase nada, relativamente as quantidades que possui em “stock”. Tirando o medo das manifestações, o “Notícias” constatou que as ruas estavam pouco movimentadas e as lojas com baixa procura.

Segundo Zita Luís, as manifestações violentas no centro da cidade e no subúrbio geraram um ambiente de insegurança que afastou muitos das zonas comerciais. Para ela, as pessoas têm medo de se deslocarem ao centro da cidade, onde está exposta montra diversa.

A interlocutora acrescentou que o impacto económico das manifestações é visível na redução do poder de compra dos cidadãos que, segundo disse, estão a priorizar gastos essenciais devido à incerteza dos próximos dias. “Com os preços dos produtos básicos a subir e a insegurança nas ruas, fica difícil para muitos pensar em celebrações”, considerou Eleutério Vasco, que se deslocou ao centro da cidade para adquirir uma cesta básica para o Natal.

Apesar da incerteza e medo que se vive no seio dos cidadãos, algumas pessoas mantêm o espírito natalino. Nos bairros periféricos, pequenos eventos e encontros familiares seguiram com normalidade, mas de forma mais contida, devido ao tiroteio que se seguiu após a validação dos resultados eleitorais pelo Conselho Constitucional.

Já no centro urbano, concretamente no mercado dos Bombeiros, os informais continuaram a ocupar a Rua Bernabé e outras adjacentes para vender os seus produtos/artigos, num ambiente diferente do habitual, devido à tensão

“Queremos celebrar de todas as formas, mas temos que ser prudentes. O clima na cidade não é favorável para uma circulação tranquila e segura. Há tiroteio por todo o canto”, disse Carlos Mulapa.

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