Sexta-feira, 31 Janeiro, 2025
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EDITORIAL

Por Jornal Notícias
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Hoje é o último dia de 2024, ano em que Moçambique superou várias adversidades, mas também se viu confrontado com importantes desafios, alguns dos quais permanecem, cuja solução demanda o envolvimento e a entrega de todos.

Na verdade, o ano iniciou com boas perspectivas, sobretudo no domínio económico, com o Governo e principais organismos internacionais como o Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial a destacarem, para tal optimismo, o esperado impulso da exportação do gás natural, particularmente na Bacia do Rovuma.

Internamente, o arranque promissor da economia foi suportado por uma política monetária restritiva do Banco de Moçambique, que teve como resultado a contenção da subida da inflação e estabilidade dos preços, não obstante do lado da política fiscal haver ainda uma preocupação, sobretudo, com o elevado nível de endividamento público.

Infelizmente, a onda de raptos, que têm como alvo principal a classe empresarial, marcou pela negativa o ano que hoje termina. Como resultado desta prática criminosa, há relatos de homens de negócios que deixaram o país por conta da insegurança, levando algumas empresas a fechar as portas. A solução deste problema passa pela colaboração efectiva entre o Governo e sector privado.

Ainda que em dimensões inferiores face aos anos anteriores, as acções terroristas no norte do país também condicionam, de certa forma, o arranque de alguns dos grandes projectos com potencial de impulsionar a economia. 

Entretanto, devido à sua localização geográfica e às variações climáticas bruscas, o país voltou, em 2024, a ser assolado por desastres naturais, cuja “face mais visível” foi o ciclone tropical Chido, que, para além de provocar mais de 120 mortes e 687.630 pessoas afectadas, teve impactos significativos na área agrícola ao destruir 116,5 hectares, o que compromete a subsistência de várias famílias.

Porque o desafio de reconstrução será prolongado, torna-se necessária uma conjugação de esforços e solidariedade de todos para ajudar a mitigar os efeitos desta calamidade.

No dia 9 de Outubro, Moçambique realizou as sétimas eleições presidenciais e legislativas e as quartas das assembleias provinciais e de governador de província.

Infelizmente, contrariando a expectativa dos moçambicanos de verem um desfecho pacífico do escrutínio e, consequentemente, o país prosseguir a sua rota rumo ao desenvolvimento, tem-se assistido a manifestações pós-eleitorais violentas que já resultaram em mortes, feridos e destruição.

Os protestos, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados eleitorais anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) e validados pelo Conselho Constitucional (CC), confirmando Daniel Chapo, apoiado pelo partido Frelimo, como Presidente-eleito de Moçambique, têm ainda um saldo de saques a estabelecimentos comerciais de importantes infra-estruturas, fragilizando ainda mais a economia nacional.

Ao invés de se cultivar a violência e o ódio, que aumentam a pobreza, torna-se um imperativo a busca da paz, sendo este o desafio que é a todos lançado, incluindo os protagonistas da desordem.

Este é também o apelo de organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas e União Africana.

Por estas e demais razões, pode-se dizer que 2024 foi de conquistas e desafios.

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