Sexta-feira, 31 Janeiro, 2025
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Mina de rubis retoma produção até hoje

Por Jornal Notícias
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A MONTEPUEZ Rubi Mining (MRM), que opera a maior mina de rubis de Moçambique, anunciou que prevê retomar até hoje (final do ano) a produção, interrompida desde 24 de Dezembro devido aos conflitos pós-eleitorais.

Em causa está a deterioração das condições de segurança na área da mina, em Cabo Delgado, norte de Moçambique, na última semana, sendo que no dia 24 de Dezembro, detalha a companhia numa informação a que a Lusa teve acesso, “mais de 200 pessoas tentaram invadir” a vila da MRM, destruindo e incendiando várias estruturas.

Nesta escalada de violência, a intervenção da Polícia e militares que garantem a segurança no local levou à morte de duas pessoas no local.

Algumas das 500 pessoas que trabalham na área foram deslocadas para outros locais a partir de 26 de Dezembro, por questões de segurança, dois dias depois da interrupção das actividades na mina.

“A MRM pretende regressar às operações normais antes do final do ano”, garante a empresa, no mesmo comunicado, recordando que também a aldeia vizinha de Wikupuri, construída pela mineradora, foi atacada esta semana por alegados manifestantes, com saques e destruição.

Moçambique vive desde o passado dia 23 de Dezembro uma nova fase de tensão social, na sequência do anúncio dos resultados finais das eleições gerais, que chegou a ser marcada por saques, vandalizações e barricadas, nomeadamente em Maputo.

A exploração de rubis na mina da MRM rendeu desde 2012 mais de mil milhões de euros, de acordo com dados divulgados no final de Abril pela Gemfields, que detém 75% da empresa.

Segundo o relatório “Factor G para Recursos Naturais”, que visa promover a transparência sobre o nível de riqueza dos recursos humanos partilhados pela Gemfields “com os governos dos países anfitriões” provenientes dos sectores mineiro, petrolífero, gás madeira e pesca, a MRM teve uma receita total de 151,3 milhões de dólares em 2023.

Desde que a Gemfields adquiriu os 75% da MRM – em Fevereiro de 2012, ano do início da exploração mineira, tendo os leilões de rubis começado dois anos depois -, a mina acumula receitas superiores a 1.055 milhões de dólares, pagando ao Estado moçambicano, no mesmo período, 257,4 milhões de dólares.

No ano passado, a MRM pagou ao Estado moçambicano 53,2 milhões de dólares em “royalties” e impostos, de acordo com o mesmo relatório.

A MRM é detida em 75% pela Gemfields e em 25% pela Mwiriti Limitada, uma empresa moçambicana.

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