Linchados supostos “naparamas” em Namicopo

DOIS indivíduos que supostamente se fizeram passar por “naparamas” foram linchados no fim-de-semana na zona de Namiepe, em Namicopo. Durante as manifestações violentas ocorridas há duas semanas, homens que se autodenominavam “naparamas” aterrorizaram várias comunidades na cidade de Nampula e não só, destruindo infra-estruturas públicas e privadas, saqueando bens, entre produtos alimentares, electrodomésticos e utensílios de natureza diversa.

No caso de Namiepe, os supostos “naparamas” linchados usaram essa mesma identidade com o intuito de roubar uma motorizada, o que não chegou a concretizar-se, graças à pronta intervenção da população local. Os dois indivíduos foram capturados e mortos pelos moradores que recorreram a justiça pelas próprias mãos.

 O bairro já não dispõe de autoridades policiais, depois que a quinta esquadra foi vandalizada e incendiada por manifestantes.

 Moradores disseram ao “Notícias” que desde a destruição da esquadra, não é visto nenhum agente da  Polícia da República de Moçambique (PRM) a circular na zona, deixando Namicopo praticamente entregue à sua sorte.

Jaime Macamo, residente, afirmou que até os líderes comunitários evitam se identificar por medo de represálias, pois estão a ser “caçados”, alegadamente porque pertencem ao partido Frelimo e favoreceram a eleição do seu candidato na votação de 9 de Outubro de 2024. Ele explicou que, nos dias que correm, diferendos entre moradores são resolvidos nos postos policiais dos bairros vizinhos.

A fonte disse ainda que a criminalidade está a aumentar em Namicopo, onde os malfeitores sabem que não há nenhuma autoridade que os tire fora da acção. Macamo prevê, para os próximos dias, uma situação de descontrole em Namicopo, devido à ausência dos agentes  da lei e ordem.

A porta-voz do Comando Provincial da PRM em Nampula, Rosa Nilza Chaúque, disse não ter conhecimento do linchamento dos dois indivíduos, mas garantiu que será realizada uma investigação para responsabilizar os autores do crime macabro.

Foto: Arquivo

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