Quarta-feira, 12 Fevereiro, 2025
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EDITORIAL

Por Jornal Notícias
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A INVESTIDURA, a partir da próxima semana, dos órgãos eleitos a 9 de Outubro, constitui um dos temas da actualidade nacional nesta primeira quinzena de Janeiro. O acto será marcado, primeiro, pela posse dos deputados, a 13 de Janeiro, seguindo-se a investidura, no dia 15, do novo Presidente da República, Daniel Chapo, e fechando o ciclo com o início de funções dos membros das assembleias provinciais, a 20 de Janeiro.

À luz dos resultados validados e proclamados pelo Conselho Constitucional, a Assembleia da República terá uma composição de quatro bancadas parlamentares: Frelimo, com 171 deputados; PODEMOS, 43; Renamo, 28; e o MDM, oito; totalizando 250 deputados.

Um Parlamento multicolor, fundado no desígnio do multipartidarismo, traduz, quanto a nós, a consistência do exercício democrático e consolida o Estado de Direito Democrático que assenta, entre outros prismas, no pluralismo político de ideias, nem sempre convergentes, no entanto, que se respeitam.

Cientes de que este figurino parlamentar resulta da vontade popular, pensamos que cada deputado deve saber honrar a confiança depositada em si, através de trabalho sério, consistente e responsável, pois só assim será assegurada a legitimidade dos grupos lá presentes e a estabilidade democrática do país. Isso inclui o deputado concentrar-se na agenda nacional, aprovando leis que concorram para o desenvolvimento.

Mais ainda, a posse de um estadista constitui sempre momento de renovação de expectativas e esperança na vida de uma nação.

Assim, Daniel Chapo, a ser investido como quinto estadista moçambicano, e quarto eleito através do sufrágio universal, directo e secreto, tem o desafio de montar uma equipa governamental para consolidar as conquistas dos últimos anos, buscando ainda soluções para os desafios com que a nação se debate.

Em nossa opinião, a criação de um gabinete de crise que possa rapidamente ajudar na estabilização do país, depois do caos instalado com as violentas manifestações pós-eleitorais, deve constituir parte das prioridades, a par do combate ao terrorismo em Cabo Delgado e recuperação do dilacerado tecido social e económico.

Estamos cientes de que a tensão política vivida nos últimos meses obrigará à aceleração dos processos de governação, o que deve ser feito explorando as janelas do diálogo, enquanto plataforma ideal para solucionar diferendos.

Tudo deve ser feito reconhecendo que o país tem identidade e herança próprias, sólidas e consistentes, que precisam de ser expandidas sem medo nem preconceitos.

Será igualmente importante que tanto o novo executivo como o parlamento encontrem mecanismos adequados de trabalhar em harmonia, vincando o interesse nacional.

Aos moçambicanos cabe a responsabilidade de garantir apoio às iniciativas concorrentes para o bem-estar de todos, assegurando a implementação de programas inclusivos e sustentáveis.

E porque acreditamos na consolidação e afirmação inequívoca da nação no concerto das nações, entendemos que para atingirmos este objectivo é fundamental contar com o apoio de todos – a nível interno e externo. Por isso, reafirmamos que a posse dos órgãos eleitos representa a esperança renovada de um país melhor e económica e socialmente mais justo e equilibrado.

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