Quarta-feira, 5 Fevereiro, 2025
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Número de refugiados pode chegar a 140 milhões

Por Jornal Notícias
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A AGÊNCIA das Nações Unidas (ONU) para os refugiados estima que o número de pessoas forçadas a fugir das suas casas chegue este ano aos 140 milhões, mantendo a tendência de crescimento dos últimos 12 anos.

O número, avançado à agência Lusa pela responsável de Comunicação e Relações Externas de Portugal do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), Joana Feliciano, mostra um “agravamento das tragédias humanas” e da necessidade de ajuda humanitária.

Actualmente, “temos mais de 122 milhões de pessoas deslocadas à força”, avançou a responsável, adiantando que este número contempla pessoas com o estatuto de refugiados, requerentes de asilo, apátridas e pessoas deslocadas internamente.

Estas pessoas são “vítimas do intensificar dos conflitos, das violações dos direitos humanos, e de perseguições”, mas também de “um crescente impacto das alterações climáticas”, alertou Joana Feliciano, acrescentando que o clima está a provocar crises humanitárias sobretudo em países e regiões como Moçambique, Sahel, a região do Corno de África ou Myanmar.

“Sabemos que, em 2025, vamos precisar de 10 mil milhões de euros a nível global para conseguir garantir respostas humanitárias no terreno e, em particular, para as emergências que carecem de maior financiamento, nomeadamente a Ucrânia, Líbano, Etiópia e o Sudão”, mas também “Myanmar, Afeganistão e Síria”, avançou a responsável.

“O fosso entre as necessidades e a resposta humanitária é gigante”, admitiu reconhecendo que a situação tornou-se mais crítica desde que a nova administração dos Estados Unidos da América (EUA), liderada pelo Presidente Donald Trump, decidiu “‘pausar’ durante cerca de 90 dias a Agência de Desenvolvimento Externa”.

“Isto vai, naturalmente, impactar também o ACNUR, já que os Estados Unidos é um dos principais financiadores para a ajuda humanitária”, alertou a responsável.

“Cerca de 300 milhões de pessoas no mundo necessitam de assistência humanitária e protecção, entre as quais as mais de 140 milhões que se perspectiva constituírem o grupo de deslocados à força”, sublinhou a representante do ACNUR, apelando à solidariedade dos governos e das pessoas para garantir que a resposta humanitária não seja cortada.

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