Quinta-feira, 6 Fevereiro, 2025
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População sem alternativas para se alimentar em Vanduzi

Por Jornal Notícias
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A POPULAÇÃO do povoado de Mombezi-1, localidade de Monequera, posto administrativo de Matsinho, distrito de Vanduzi, em Manica, tem recorrido a folhas de abóbora e banana verde cozida para matar a fome.

A situação afecta cerca de duzentas famílias que estão em risco de insegurança alimentar devido à escassez de alimentos, causada pela fraca precipitação, associada ao fenómeno “El Niño”, que devastou plantações e reduziu drasticamente a produção agrícola na safra 2023/2024.

Chimoio Juga, residente de Mombezi-1, afirmou que o pouco milho que conseguiu colher não durou seis meses e para piorar, o preço do produto subiu.

“Antes adquiríamos a 100,00 meticais dez quilogramas e agora a mesma quantidade custa 200,00 meticais e a maioria de nós não tem dinheiro para comprar. Sobrevivemos à base de folhas de abóbora e banana verde cozida enquanto aguardamos que as plantações de milho e arroz atinjam a maturação”, explicou.

Já Fernando João, residente da mesma zona, relata que se sentiu obrigado a vender parte significativa de galinhas e patos da sua capoeira para a compra de alguns produtos alimentares.

“Por vezes, alguns camponeses vindos da cidade de Chimoio trazem pão, farinha, esparguete e outros produtos. Quando conseguimos isso, ficamos felizes, pois podemos alternar a dieta”, referiu.

Fernando afirmou que as chuvas que caíram recentemente trouxeram esperança de uma boa colheita, especialmente nas plantações de arroz.

Fátima Jacinta afirma que “eu e os meus filhos ficámos sete dias a comer apenas folhas de abóbora e banana verde por falta de alternativa”.

Pediu apoio alimentar por parte do governo e pessoas de boa-fé para minimizar a situação, enquanto esperam pela colheita das suas culturas, nomeadamente milho, arroz, amendoim e feijão-nhemba.

O líder de Mombezi-1, Francisco Raice, disse que a falta de chuvas causou enormes prejuízos nas culturas agrícolas de muitos produtores. “Para a presente safra temos incentivado os pequenos agricultores a optar por sementes certificadas e de ciclo curto bem como o aproveitamento das zonas baixas”.

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