O PRESIDENTE norte-americano, Donald Trump, indicou, na terça-feira, que recebeu uma carta importante do homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, manifestando disponibilidade para retomar às negociações para a paz e assinar o acordo de minerais.

Naquele que foi o primeiro discurso perante o Congresso desde que regressou ao poder, Donald Trump adoptou um tom mais conciliatório depois do polémico encontro com Zelensky na passada sexta-feira, em Washington.

Trump disse que recebeu uma “carta importante” de Zelensky, na terça-feira, e citou o conteúdo da mesma: “A minha equipa e eu estamos prontos para trabalhar sob a forte liderança do Presidente Trump para obter uma paz duradoura.”

“Nós realmente valorizamos o quanto a América fez para ajudar a Ucrânia a manter a sua soberania e independência. Em relação ao acordo sobre minerais e segurança, a Ucrânia está pronta para assiná-lo a qualquer momento que seja conveniente”, leu Trump.

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Contudo, o conteúdo da alegada carta de Zelensky é o mesmo que o líder ucraniano escreveu horas antes numa publicação nas suas redes sociais.

Trump e Zelensky estavam prestes a assinar um acordo para a exploração de recursos naturais ucranianos na sexta-feira, mas essa assinatura foi interrompida depois de um tenso confronto entre os dois líderes na sala Oval da Casa Branca.

Entretanto, a Presidência da Rússia encarou como “abordagem globalmente positiva” a possibilidade de conversações para pôr fim ao conflito na Ucrânia.

A posição russa, transmitida ontem pelo porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, ocorreu depois de Trump ter garantido que o homólogo ucraniano está pronto para negociar.

“Esta abordagem é geralmente positiva, mas há nuances”, disse o porta-voz da Presidência russa, quando questionado pela agência France-Presse (AFP).  

“A questão é: com quem se sentar” à mesa de negociações, disse Dmitri Peskov. “Por enquanto, a proibição legal de o Presidente ucraniano negociar com a Rússia continua em vigor”, acrescentou o porta-voz do chefe de Estado russo, Vladimir Putin.

Em Outubro de 2022, Zelensky emitiu um decreto que proíbe quaisquer conversações directas com o Presidente russo.

O Presidente ucraniano declarou, no entanto, que está disposto a encontrar-se com Vladimir Putin, mas, no âmbito de quaisquer negociações para pôr termo ao conflito, pedindo garantias sólidas de segurança aos aliados ocidentais.

Putin também repete regularmente que está pronto para negociar, sob condições. Moscovo considera que Volodymyr Zelensky é um chefe de Estado “ilegítimo” porque o mandato deveria ter terminado em 2024. A lei marcial, em vigor na Ucrânia desde o início da guerra em 2022, proíbe a organização de eleições.

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