Quarta-feira, 12 Março, 2025
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Poeta Sebastião Alba homenageado em Braga

Por Jornal Notícias
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O POETA moçambicano Sebastião Alba é hoje homenageado, em Braga, Portugal, em reconhecimento da sua carreira literária e por ocasião do 25.º aniversário da sua morte.

A cerimónia contará com vários momentos, começando com a inauguração de uma placa em sua homenagem na Rua São Geraldo, local onde o poeta nasceu. De seguida, será exibido o filme “Ninguém Como Nós Conhece o Sol” (2020), realizado por Inês Leitão. Trata-se de um documentário sobre a vida e obra de Sebastião Alba. Escritores, críticos, poetas, familiares e declamadores recriam a vida do poeta-peregrino, o poeta-inconformado que une a lusofonia.

Seguirá uma conversa sobre a vida e obra do autor. A sessão contará com a participação de Filipa Ribeiro, neta do poeta, José Braga, Amadeus Santos e Luís Pedroso, presidente da União de Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade.

O evento terminará com o concerto “Almorada”, um recital que junta Marta Moreira (voz) e Afonso Dorido (piano), explorando a poesia de Sebastião Alba. O projecto pretende ainda realizar uma digressão que percorre desde o local de nascimento do poeta em Braga (11 de Março) até ao da sua morte (14 de Outubro), promovendo a sua poesia por todo o território português e levando a sua voz a um público mais vasto. A iniciativa nasceu da vontade de explorar a poesia de Alba num contexto de “spoken word”, onde a poesia e a música se entrelaçam de forma delicada e simbiótica.

Nascido a 11 de Março de 1940, Sebastião Alba naturalizou-se moçambicano e é pseudónimo de Dinis Albano Carneiro Gonçalves. Em 1949, mudou-se para a província de Tete para viver com os pais e os irmãos, e, no final dos anos 1950, fixou-se em Quelimane. Aos 21 anos, desertou do Contingente Militar Geral (a tropa colonial), sendo preso e torturado.

Exerceu o cargo de administrador da província da Zambézia (no tempo colonial ainda), função que abandonou meses depois.

Em Maputo, contactou com intelectuais e personalidades políticas de relevo como Marcelino dos Santos, Rui Nogar, Sérgio Vieira e Mia Couto, entre outros.

Regressou a Portugal em 1983, depois de enfrentar problemas familiares e questões com o álcool e o tabaco, decidindo regressar à sua cidade natal e, por opção própria, passou a viver nas ruas de Braga.

Colaborou com a revista “Caliban” e com o “Correio do Minho” e publicou várias obras, entre as quais “Poesias” (1965), “O Ritmo do Presságio” (1974), “A Noite Dividida” (1982), “O Limite Diáfano” (1996) e a antologia póstuma “Uma Pedra ao Lado da Evidência” (2000).

Faleceu a 14 de Outubro de 2000, vítima de atropelamento em Braga.

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