Quarta-feira, 12 Março, 2025
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PGR já ouviu Venâncio Mondlane

Por Jornal Notícias
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O POLÍTICO Venâncio Mondlane foi ouvido ontem pela Procuradoria-Geral da República (PGR), na cidade de Maputo, numa audição a que foi chamado para responder a um processo-crime que pende contra si, no qual é acusado de incitamento à desobediência colectiva, no quadro das manifestações violentas pós-eleitorais.

A agitação popular, recorde-se, resultou em mortes, feridos graves, destruição e saques de infra-estruturas públicas e privadas.

Venâncio Mondlane chegou por volta das 9.00 ao edifício-sede da Procuradoria, onde já se encontrava um forte dispositivo policial, que montara um cerco com as suas diversas unidades de intervenção.

Os corredores que dão acesso à PGR ficaram condicionados ao trânsito e à circulação de peões, com a Polícia a controlar todas as artérias daquela zona, com a intenção de controlar o exacerbar dos ânimos por parte dos apoiantes do político, que se fizeram presentes àquele local para acompanhar as incidências da audição.

Com efeito, durante perto de 10 horas o ex-candidato presidencial prestou esclarecimentos no âmbito do processo-crime instaurado contra si no ano passado.

Com efeito, no fim da audiência o político deu a conhecer aos jornalistas que estavam ali de plantão que a PGR decretou a limitação da sua liberdade de circulação, aplicando o termo de identidade e residência.

Isto quer dizer, conforme explicou, que em face desta sanção regularmente deve sempre deslocar-se à Procuradoria para prestar contas, dentre outros aspectos, sobre os seus movimentos.

“Isso significa que eu não posso me deslocar sem avisar a Procuradoria. Não posso estar mais do que cinco dias fora da minha própria casa. Todos os movimentos para além de cinco dias têm de ser informados à PGR”, explicou.

Disse ainda que na audição não ficou a saber, com clareza, a natureza do crime que pesa sobre si, daí deduzir que a matéria de audição é essencialmente relacionada às manifestações e os seus efeitos.

“O único problema é que não conseguiram dizer de qual crime sou acusado. Não percebo a tipologia. Infelizmente, ficámos essas horas todas e não foram capazes de explicar este ponto com profundidade. Basicamente são perguntas que têm a ver com as manifestações, a incitação à violência, ao prejuízo à economia e todo o tipo de distúrbios que supostamente foram criados com as manifestações”, destacou. Entretanto, o “Notícias” soube que Dinis Tivane, assessor político de Venâncio Mondlane, será também ouvido pela Procuradoria na próxima sexta-feira.

Foto: LUISA NHANTUMBO / LUSA

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