Opinião & Análise “Chapeiros” impõem lei da selva no Xiquelene Por Jornal Notícias Há 9 horas Criado por Jornal Notícias Há 9 horas 306 Visualizações Compartilhar 0FacebookTwitterPinterestEmail 306 SANDRO MOHOMED QUEM usa, normalmente, o transporte semi-colectivo de passageiros, vulgo “chapa”, de certeza já presenciou e tanto se irritou com o que vou aqui contar, uma situação que se agrava com o sentimento de prepotência e donos de toda a verdade por parte dos transportadores. Apesar de a desordem vivida nas estradas da cidade de Maputo ser generalizada, prefiro ater-me aos episódios desagradáveis vividos nesta rota que conta com um número inestimável de viaturas que operam diariamente com destino a vários pontos dentro da urbe e bairros de expansão, incluindo Matola, Marracuene, Manhiça e outros lugares. Para quem pretende ir até à Praça dos Combatentes, quer como destino final quer como meio de fazer ligação para Albazine, Boquisso, Bobole, Magoanine, CMC, entre vários lugares que esta rota permite ligar, tem de se sujeitar a dissabores provocados pelos transportadores na sua disputa pelos passageiros. Para aqueles que usam a via Praça da OMM-Compone-Xiquelene, quando chegam à paragem Saul, os “chapeiros” param as suas viaturas em paralelo, bloqueando a passagem de qualquer outro carro. Fazem isso num à vontade e estes são solidários nessa prática, mas os outros utentes da via, que têm outras agendas ficam lesados e furiosos. Acto contínuo, quase à entrada na Praça dos Combatentes, na intercepção com a Avenida Julius Nyerere, o cenário repete-se, o que fica agravado pela a presença dos vendedores ambulantes que, com elevada dose de arrogância, expõem os seus produtos, não somente nos passeios, como também invadem parte da via. Se antes havia a Polícia Municipal que obrigava os transportadores a entrarem no parque, hoje em dia, a entrada é opcional, pois estes preferem estar do lado de fora para “melhor” angariar os passageiros e “cortar” os outros “chapeiros”, sem fazer fila para carregar. Para quem pretende sair do parque ou fazer a rotunda e tomar a direcção que dá acesso à Rua da Linha, para ir ao bairro Ferroviário, Mahotas, Romão ou Albazine, é sujeito a enfrentar outro tipo de comportamento dos transportadores, a todos os títulos, reprovável. Nesta via, como acontece em tantas outras, o perímetro da faixa de rodagem ficou reduzido devido à colocação de bancas de venda de roupa usada, tomate, ferragens, sapatos, entre outros artigos expostos para atrair clientes sem se importar com o tráfego. Aqui temos também restaurantes improvisados, com fogões a carvão acesos, onde panelas de sopa, feijão, guisado de vaca ou de galinha fervilham para confeccionar comida que alimenta os outros vendedores e transportadores. Mais uma vez, os “chapeiros” impõem um bloqueio da saída do parque para tentar completar os bancos das suas viaturas com passageiros que vão a diferentes destinos, sem se importar com os outros automobilistas que precisam de dominar os seus nervos para aguentar a longa espera, desnecessária. Recentemente, o presidente do município de Maputo, Razaque Manhique, anunciou a retoma da fiscalização rodoviária pela Polícia Municipal, mas os agentes enfrentam grandes dificuldades de realizar o seu trabalho, face à arrogância e prepotência dos transportadores que insistem em manter e agudizar a desordem. Em fim….., é a triste realidade que se vive nesta cidade que se pretende “bela e próspera”. Mas com os “chapeiros” a impor a lei da selva, não sei se chegaremos lá, porque não se pode desenvolver num lugar onde não se respeita a convivência colectiva e onde qualquer um se acha com autoridade de violar os direitos de outrem. Você pode gostar também BELAS MEMÓRIAS: O Correio da “Secundária de Xai-Xai” BELAS MEMÓRIAS: Os ovos não se partem, pai!(4) DOIS ANOS DA GUERRA NA UCRÂNIA: Maior lição é necessidade de honrar Carta da ONU REFLEXÕES DA MUVALINDA: Inversão de papéis ChapeirosOpinião & Análise Compartilhar 0 FacebookTwitterPinterestEmail Artigo anterior PGR solidariza-se com as vítimas das manifestações e ciclones Próxima artigo Instaurados seis processo de tráfico de órgãos humanos Artigos que também podes gostar REFLEXÕES DA MUVALINDA: Era uma vez… Há 4 dias REFLEXÕES DA MUVALINDA: Morte de Jesus Cristo vs Coelhinho da Páscoa Há 2 semanas CÁ DA TERRA: É justo querer atingir os cem anos Há 2 semanas BELAS MEMÓRIAS: Celebrar a desgraça alheia Há 2 semanas REFLEXÕES DA MUVALINDA: E quando o inesperado acontece Há 3 semanas Tarifas impostas pelos EUA: cooperação de benefícios comuns é o caminho correcto Há 3 semanas