QUATRO toneladas de peixe e camarão fino seco foram apreendidas, quinta-feira, no mercado de pescado da Praia-Nova, na cidade da Beira, pelas autoridades de fiscalização, por terem sido capturadas na vigência do período de veda.
No país, a veda está em vigor desde 1 de Novembro com término previsto para 31 de Março do próximo ano.
Esta informação foi anunciada hoje pelo chefe de fiscalização no Departamento Provincial do Mar, Ȧguas Interiores e Pescas, em Sofala, César Maphossa, explicando que se trata de um produto ilegal resultante do uso de redes de arrasto durante o período de veda.
O produto foi capturado na costa marítima do distrito de Muanza e transportado numa embarcação a motor para a costa marítima da cidade da Beira.
De acordo com César Maphossa, a neutralização desta embarcação e da mercadoria resultou de um trabalho desencadeado por uma equipa multisectorial que, após tomar conhecimento da chegada do mesmo, fez se ao local onde os interpelou.
A fonte revelou que este é o primeiro caso de apreensão que se regista ao nível desta urbe e considerou como de grande vulto por ser em grandes quantidades.
Questionado sobre qual será o destino do produto capturado, César Maphossa referiu que poderá ser distribuído a instituições de caridade ou revendida em hasta pública.
Quanto à penalização a ser aplicada aos infractores, a fonte revelou que ao proprietário e ao transportador da embarcação apreendida será aplicada uma multa no valor de 50 mil meticais.
O chefe de fiscalização aproveitou a ocasião para apelar à comunidade a abandonar a prática da pesca ilegal, transporte e sua comercialização, porque estará a prejudicar o desenvolvimento das espécies.
Entretanto, interpelado pela nossa Reportagem o mesmo proprietário da embarcação, identificado como Fernando Mangane, confirmou o aluguer do seu meio para transporte da mercadoria até à costa marítima da cidade da Beira.
Alegou que não podia despedir os 20 trabalhadores que tem, tanto que, ainda não havia pago os seus salários e o tempo de veda é longo.
Por isso, decidiu aceitar o transporte do pescado como a sua última viagem de modo a arrecadar valores para honrar os seus compromissos com os seus funcionários.
Por sua vez, o transportador, Carlinhos Nunche, negou a sua participação, e defendendo que não sabia que se tratava de uma mercadoria ilegal nem que o período era de veda o que só descobriu quando chegou à Praia-Nova para descarregar os produtos.