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Sexta-feira, 29 - Março, 2024

FILIPE NYUSI: A reconstrução pós ciclones será longo e requere organização

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O Presidente da República, Filipe Nyusi, adverte que a reconstrução pós ciclones Idai e Kenneth será um processo longo, que vai exigir o envolvimento de todos moçambicanos, sendo por isso bem-vinda toda a contribuição que vier dos doadores internacionais.

Falando ontem a jornalistas momentos após desembarcar na cidade da Beira, onde hoje vai orientar a conferência de internacional de doadores, o Chefe do Estado disse que o mundo já sabe o que aconteceu em Moçambique com a passagem dos dois ciclones, cabendo agora aos moçambicanos dizer aos parceiros internacionais, de forma estruturada, o que é necessário para a reconstrução e recuperação das zonas atingidas.

Segundo dados confirmados pelo Governo, são necessários 3,2 mil milhões de dólares americanos para reconstruir as áreas afectadas pelos ciclones, em sete províncias do país.

De facto, o encontro com os doadores internacionais iniciou ontem na capital provincial de Sofala, numa sessão orientada pelo Primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, que, no fim, manifestou satisfação pelo interesse dos doadores em conceder os recursos necessários para financiar, por exemplo, a reposição das estradas, com destaque para as terciárias e vicinais, de modo a assegurar o rápido restabelecimento da conectividade rural.

O Primeiro-ministro encorajou o apoio às iniciativas de alocação de novos recursos para a reconstrução pós-calamidades, contrariamente à opção de reorientar os financiamentos que sustentam alguns programas em curso.

“Saudamos e encorajamos a iniciativa de se canalizar os recursos para a reconstrução através da plataforma Parceiros de Cooperação/Gabinete de Reconstrução pós-calamidades/sectores. Estamos certos que esta plataforma irá contribuir para uma melhor coordenação, gestão transparente e uso dos recursos disponibilizados”, afirmou.

Acrescentou que o Governo assume o compromisso de tudo fazer para garantir que a implementação dos vários projectos integrados no amplo programa de reconstrução ocorra de forma célere e em tempo útil e que os recursos sejam aplicados de forma transparente, única e exclusivamente para este propósito.

Falou ainda da visão do Governo de deixar de mobilizar recursos para reconstruir as mesmas infra-estruturas outrora destruídas, tendo em conta a frequência dos eventos extremos que tem assolado o país.

“As mudanças climáticas vieram para ficar. É assim que encorajamos e apoiamos as iniciativas que visam conceder assistência à população na reconstrução das suas habitações seguindo padrões de construção que garantam maior resiliência das mesmas”, afirmou.

Sobre o relatório apresentado pelo Gabinete de Reconstrução, Carlos Agostinho do Rosário referiu-se ao facto de o processo de recuperação vir a levar tempo, o que exige a identificação de acções que possam ser implementadas a curto, médio e longo prazos.

Nas acções de curto prazo, por exemplo, considerou fundamental que se priorize o equilibro entre a recuperação dos danos causados nas infra-estruturas e o relançamento da actividade económica com destaque para a agricultura.

“Ao apostar na agricultura, estaremos a criar condições para garantir uma rápida recuperação da base da nossa economia, melhorar os níveis de segurança alimentar e tirar a população afectada da dependência em relação à ajuda alimentar”, argumentou o Primeiro-ministro.

A conferência de doadores termina ainda hoje, havendo a expectativa de que os parceiros se pronunciem sobre aquilo que será a sua contribuição para a reconstrução.

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