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Quarta-feira, 27 - Março, 2024

CHAN-2020: “Mambas” decepcionam em pleno Estádio Nacional

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SALVADOR NHANTUMBO

A SELECÇÃO Nacional de futebol foi afastada da corrida à fase final do Campeonato Africano Interno (CHAN), a ter lugar no próximo ano, nos Camarões, ao perder a eliminatória (primeira) frente a Madagáscar, com agregado de 3-3. Os “Mambas” até ganharam no jogo da segunda “mão”, realizado na tarde de ontem, no Estádio Nacional do Zimpeto, por 3-2, mas não evitaram o afastamento da prova em virtude da derrota em Antantanarivo por 0-1.

Fica assim por terra o sonho de chegar mais uma vez à fase final da competição, depois do feito inédito em 2014, quando os “Mambas” conseguiram o seu primeirio apuramento ao CHAN, cuja fase final se realizou em Cape Town, na África do Sul. Isto acontece ainda depois de os “Mambas” falharem mais uma vez o acesso ao CAN-2019, que teve lugar recentemente no Cairo, no Egipto.

OS MESMOS ERROS DE SEMPRE

Os “Mambas” acusaram os mesmos erros de sempre, nomeadamente defensivos e que lhes custaram a eliminatória já na etapa complementar da contenda. Mas o primeiro golo malgaxe, apontado por Randrianantenaina, foi mesmo por demérito do guarda-redes Victor, que não conseguiu segurar o centro tenso pela direita, deixando o esférico escapar para o adversário. Já o segundo, de autoria de Manampisoa, foi mesmo pela falha de centrais no interior da pequena área. Os dois carrascos do combinado nacional entraram curiosamente a substituir.

Os “Mambas” tiveram um arranque a tanto a quanto turvo e procuraram encontrar-se no segundo e último quartos da primeira etapa, durante os quais registaram uma fase ligeiramente afável marcando dois golos num intervalo de cerca de 20 minutos e com alguma sorte à mistura.

Os malgaxes começaram bem e com alguma ousadia criaram um certo desconforto no último reduto dos “Mambas”. Aliás, muito cedo, aos quatro minutos, Rakotoariosa, por sinal o médio ofensivo malgaxe, isolou Mbolatovo, que foi antecipado por Victor que saiu arrojado ao chão a segurar o esférico.

O arranque monótomo dos “Mambas” foi sendo ultrapassado com o andar do jogo, mas acusavam dificuldades no seu fio de jogo pouco clarividente e criatividade. E foi preciso muita sorte mesmo para que lograssem o almejado golo, aos 17 minutos, com Dayo a interceptar o alívio da defensiva ao centro dos “Mambas”, empurrando a bola para o fundo das malhas.

Os malgaxes reagiram logo a seguir numa jogada rápida obrigando Victor a uma saída em falso para evitar o pior, embrulhando-se com Mbolatovo.  

Os “Mambas” subiram de tom já com alguma circulação de bola e lucidez nos seus processos de jogo, isto motivados pelo golo que igualava a eliminatória. Mas sem com isso abafar a também motivação com que os malgaxes actuavam, pois ganhavam algumas disputas no meio-campo, mas sem dar melhor seguimento às suas jogadas. Só que eram novamente apanhados em contrapé com o derrube de Luís Miquissone na grande área, aos 38 minutos. Chamado a cobrar, o “capitão” Maninho fê-lo com êxito, colocando os “Mambas” em vantagem na eliminatória. Maninho ainda roubou o esférico a um defesa, mas não acertou com a baliza. Feito isto, foi Miquissone que sozinho no interior da grande área embrulhou-se com o esférico na tentativa de atirar de primeira ao centro para o seu isolamento, num lance em que a defensiva malgaxe ficou presa, pensando num possível fora-de-jogo. Mas fez a emenda já em cima do minuto 45, ganhando a disputa com um “central” e atirando de cabeça para o 3-0. O guarda-redes malgaxe estava fora dos postes, numa saída em falso para “apagar” o fogo.

Veio a segunda parte e com ela o desaire dos “Mambas”. Em menos de 10 minutos sofreram dois golos. Algumas mutações feitas ainda na primeira parte galvanizaram o sistema ofensivo malgaxe. Aliás, já em desvantagem, os malgaxes apostaram em tudo e partiram para o ataque sem poupar os esforços.

Como corolário disso, Randrianantenaina aproveitou-se duma bola que Victor não conseguiu segurar, na sequência de um centro tenso, e fez o 1-3, aos 50 minutos. Poucos minutos depois, Manampisoa teve arte e engenho na recepção e domínio e coloção do pé, reagindo positivamente a mais um cruzamento tenso, fazendo 2-3.

Os “Mambas” reagiram muito tardiamente com remates de Isac e Dayo, o primeiro defendido pelo “keeper” malgaxe e o segundo foi para as alturas, respectivamente aos 38 e 39 minutos. Mas antes Victor teve problemas de comunicação com a defensiva e foi obrigado a cometer falta muito próximo da linha limite da grande área pela zona frontal. Sorte porque a bola foi batida directamente para as mãos do guarda-redes moçambicano. Os “Mambas” continuaram a correr atrás do prejuízo, mas sem sucesso até ao apito final. Aliás, os malgaxes pouparam esforços na recta final da contenda, concentrando-se no meio campo e defendendo em bloco à espera de saídas em contra-ataque.

“Mambas ainda arrancaram um livre pela esquerda do seu ataque, já em tempos de compensação, mas não teve o efeito desejado.

O juiz da partida e sua equipa fizeram um excelente trabalho.

FICHA TÉCNICA

ASSISTÊNCIA: Quase 15 mil pessoas

COMISSÁRIO DO JOGO: Soillhi Msahazi (Ilhas Comores)

ÁRBITRO: Ganesh Chutooree, auxiliado por Cauveiet Louis Ralph Fabien e Pithia Jean Marc, todos das Maurícias. O quarto árbitro foi Patrice Mazar, também das Maurícias.

MOÇAMBIQUE: Victor; Infren, Sidique, Jeitoso, Danilo (Telinho, 75’); Nené, Raul (Raul, 54’) Candinho, Maninho (Isac, 65’), Dayo e Luís Miquissone.

MADAGÁSCAR:Randrianasolo; Rakotondrazaka, Njakanirina, Ramanjary; R. Soloniaina (Randrianasolo, 45’), Elefoni, Rakotoarisoa, Marobe, Rajaonarivelo, (Manampiosoa, 30’), Razafindrasata e Mbolatovo.

DISCIPLINA: Cartões amarelos para os moçambicanos Victor e Nené; e malgaxes Ramanjary e Rakotondrazaka.

LEGENDA

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