O PAPA emérito Bento XVI pediu terça-feira perdão pela violência sexual cometida pelo clero, mas negou ter acobertado padres que cometiam tais abusos quando era arcebispo de Munique.
Numa carta divulgada pelo Vaticano, três semanas após a publicação de um relatório independente na Alemanha que acusou Bento XVI de inacção diante dos abusos cometidos no arcebispado de Munique, o papa emérito afirma que nunca acobertou as agressões quando tinha “grandes responsabilidades na Igreja Católica”.
“Só posso expressar a todas as vítimas de abusos sexuais minha profunda vergonha, minha grande dor e meu sincero pedido de perdão”, escreveu o papa emérito.
“Em todos os meus encontros com vítimas de abusos sexuais por parte de padres percebi em seus olhos as consequências de uma grande culpa e aprendi a entender que nós mesmos caímos dentro desta grande culpa quando a negligenciamos ou quando não a enfrentamos com a decisão e responsabilidade necessárias, como já aconteceu e acontece muitas vezes”, afirmou na carta.