EVELINA MUCHANGA
MUITAS mulheres têm diástase abdonimal, mas poucas sabem desta condição que, se não for reabilitada ou tratada de forma adequada, pode levar à incontinência urinária, dor lombar muito forte no pós-parto e afectar a auto-estima.
A diástase abdominal é a separação dos músculos mais superficiais da parede do abdómen e do tecido conjuntivo, que geralmente aconteça durante a gravidez, sendo a principal causa da flacidez e queda dos órgãos internos, refere a terapeuta Quetina Langa.
Em conversa com o “Notícias”, esta especialista em reabilitação da diástase abdominal explica que, durante a gravidez, a fibra do tecido conjuntivo da parede do ventre, denominada de linha alba e responsável por ligar os músculos recto-abdominais, perde a sua resistência e após o parto pode não voltar a ter a mesma consistência para unir os músculos e, como consequência, fica-se com um “buraco” na barriga.
Esta situação, avança, faz com que algumas mulheres, mesmo depois de darem à luz e passados anos, continuem com barriga com aparência de grávida, frouxa, inchada, distendida com estômago alto e caída.
É uma condição que, segundo Langa, afecta também os homens e crianças quando estes levantam cargas muito pesadas numa postura não correcta, aumentando a pressão dentro da cavidade abdominal e consequente o afastamento dos músculos.
Segundo a terapeuta, pesquisas actuais mostram que 100 por cento das mulheres que passam pela gestação têm diástase e não há como evitar, pois trata-se de um processo normal que ocorre com o crescimento da barriga.
Algumas mulheres podem voltar a ter a ligação normal dos músculos, mas a maioria não. Isto é, seis em cada 10 casos não conseguem recuperar-se sozinhas, precisando de reabilitação para repor a funcionalidade dos tecidos.