A TRANS African Concessions (TRAC), concessionária da Estrada Nacional Número Quatro (N4), garante que as obras de alargamento do troço conhecido por Novare-Tchumene, no município da Matola, província de Maputo, arrancam no primeiro semestre do próximo ano.
O troço é apontado como um dos mais críticos do projecto da N4, ao longo de todo o corredor rodoviária entre as cidades de Tswane (África do Sul) e Maputo.
Em entrevista ao “Notícias”, o presidente do Conselho de Administração da TRAC,Van Niekerk, reconhece que o facto de o troço ter uma faixa de rodagem em cada sentido torna-se “num autêntico calvário”, visto que viaturas de carga pesada misturam-se com as ligeiras, tornando a marcha lenta e insegura.
Segundo ele, a TRAC e a Administração Nacional de Estradas (ANE) estão a trabalhar em conjunto na busca de uma solução que consiste em alargar o troço para passar das actuais duas faixas para quatro.
“Este tipo de projectos tem que, primeiro, passar por aprovações ambientais e só depois é que se realiza o concurso para se adjudicar ao empreiteiro que vai executar as obras. Esperamos que este projecto inicie no primeiro semestre de 2022”, disse.
Na entrevista, Van Niekerk fala sobre o futuro da N4, uma vez que o contrato de concessão da estrada termina em 2027, ano em que a gestão da infraestrutura volta para a responsabilidade total do Estado moçambicano.
“Quando o fim da concessão chegar, a vida da TRAC como empresa também irá terminar, pelo que não seremos capazes de continuar a desenvolver esta actividade na N4, em particular. Também acreditamos que dentro da ANE exista muita capacidade e conhecimento para se dar continuidade à manutenção da estrada”, disse.
O presidente da TRAC fala também, entre vários assuntos, sobre a polémica que tem caracterizado o processo de fixação de preços nas portagens de Maputo e Moamba. A este respeito, a fonte explica que aquando da concessão, há cerca de 23 anos, foi acordado com o Governo moçambicano uma tarifa fixa para o período de vigência do contrato.
“O que tem acontecido é que, anualmente, a TRAC pede um ajuste ao Governo de acordo com a taxa de câmbio e a inflação. Inclui-se aqui a taxa de câmbio porque os empréstimos para a construção da estrada foram feitos originalmente em randes”, frisa.
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