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Sexta-feira, 29 - Março, 2024

Indústria da castanha ressente-se do contrabando

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O CONTRABANDO da castanha de caju é tido como a principal causa que está a prejudicar as fábricas de processamento do produto, que são obrigadas a encerrar por falta de matéria-prima, deixando, consequentemente, milhares de trabalhadores no desemprego.

A constatação foi feita ontem pelos participantes do debate subordinado ao tema “Desafios e Oportunidades na Comercialização e Processamento da Castanha de Caju: O Caso de Nampula”, promovido pelo Banco de Moçambique, na cidade de Nampula, no âmbito da realização do seu 46º Conselho Consultivo.

Dados divulgados na ocasião indicam que a situação é preocupante, de tal forma que das 17 fábricas de processamento existentes no país apenas nove é que estão actualmente em funcionamento, não se perspectivando, para breve, a sua reabertura por falta de matéria-prima.

A título de exemplo, a produção média global dos últimos cinco anos no país situou-se, em média, em cerca de 140 mil toneladas. Porém, destas quantidades apenas 40 mil tiveram como destino o processamento nas unidades industriais.

No encontro foi ainda referido que cerca 35 por cento da castanha de caju produzida no país circula no mercado informal, prejudicando as exportações.

Intervindo no debate, o economista Tomaz Salomão disse ser inconcebível que pouco mais de 80 mil toneladas da castanha de caju esteja fora do circuito normal da comercialização.

“Estamos a viver um cenário de algum caos no sector do caju no país e é inaceitável que isso aconteça. O debate de medidas estruturantes para o sector devem envolver outros actores como, por exemplo, as instituições do Ensino Superior, que devem, igualmente, promover a investigação destes cenários que infelizmente se registam neste sector”, disse.

Para o edil de Maputo, Eneas Comiche,  o aumento da produção e produtividade do sector de caju necessita de uma  aposta na investigação científica, envolvendo académicos que existem nas universidades do país.

Entretanto, o Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, afirmou que o debate constituiu “uma grande aprendizagem” para a busca de soluções que permitam que Moçambique volte a ser potência na produção e comercialização da castanha de caju, pois colheu-se subsídios e recomendações valiosas que possam ajudar a resolver este problema.

“Manifestamos o nosso compromisso de continuar a pesquisar a problemática da produção, comercialização e processamento da castanha de caju, na perspectiva de contribuirmos para se ultrapassar os principais constrangimentos que o sector enfrenta”, disse.

De acordo com o Governador, o Estado desempenha um papel importante como orientador de como buscar soluções para que o país, no geral, e a  província de Nampula, em particular,  “ocupem o patamar merecido, não só na região, como no mundo”.

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