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Sexta-feira, 29 - Março, 2024

PRODUÇÃO DO GÁS DE ROVUMA: Plataforma flutuante da Eni começa hoje a ser rebocada

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TITOS MUNGUAMBE, em Goeje

COMEÇA hoje a contagem decrescente para o arranque da produção do gás natural da Bacia do Rovuma, em Cabo Delgado.

Para efeito, tem início, na Correia do Sul, o reboque da plataforma flutuante que deverá garantir a extracção, a partir do primeiro trimestre do próximo ano, das primeiras reservas de hidrocabonetos descobertos no campo Coral Sul, dentro da Área 4, operada pela Mozambique Rovuma Venture (MRV).

Com capacidade de produzir 3.4 milhões de toneladas métricas de gás por ano, a plataforma flutuante é a primeira a ser construída de raiz para operar em África e a terceira dessa complexidade no mundo.

Para dirigir o acto, considerado histórico, de reboque da unidade flutuante de gás natural liquefeito (FLNG), encontra-se desde ontem em Goeje, na Coreia do Sul, o Presidente da República, Filipe Nyusi, à frente de uma delegação que integra a primeira-dama, Isaura  Nyusi; o ministro dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela; o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Manuel Gonçalves; o embaixador extraordinário e plenipotenciário de Moçambique junto da República da Coreia do Sul, José Morais.

 Goeje é uma região insular onde se localiza o estaleiro naval do grupo Samsung Heavy Industries, uma das empresas responsáveis pela produção, desde 2018, da unidade flutuante de gás natural liquefeito que levará o reservatório da Coral Sul à produção.

Importa referir que a plataforma flutuante Coral FNLG é uma unidade integrada de gás que, para além de extraí-lo, deverá também assegurar a sua liquefacção, armazenamento e um sistema de descarregamento. Possui 414 metros de comprimento, 65 metros de largura e 40 de profundidade. Tem ainda um residencial para acomodar cerca de 350 trabalhadores.

A Área 4 é um bloco offshore da Bacia do Rovuma que está localizado a aproximadamente 50 quilómetros do distrito de Palma e 200 quilómetros da cidade Pemba, numa profundidade entre 1500 e 2600 metros.

O Campo Coral foi descoberto em Maio de 2012 pela Eni e contém cerca de 450 biliões de metros cúbicos, o equivalente a 16 triliões de pés cúbicos (TCFs) de gás no local.

Para assegurar a monetização do recurso, a Eni e seus parceiros mobilizaram cerca de sete biliões de dólares norte-americanos, maioritariamente gastos na construção da plataforma flutuante Coral FNLG.

Em Outubro de 2016, as concessionárias da Área 4 assinaram com a petrolífera britânica BP um acordo para a venda de todo o volume de gás natural liquefeito a ser produzido pelo projecto Coral Sul, por um período de 20 anos.

A concretização deste empreendimento é vista por alguns sectores como reveladora da capacidade de estruturação de projectos complexos pelos parceiros e o Governo moçambicano, particularmente numa fase em que o mercado de gás tem vindo a evidenciar enormes desafios.

A MRV é constituída pelas petrolíferas italiana Eni, com uma participação de 25 por cento; a norte-americana Exxon Mobil, com igual percentagem; a China National Petroleum Corportation (CNPC), com 20 por cento; a sul-coreana Kogas, com 10 por cento; a portuguesa Galp, com 10 por cento; e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), também com 10 por cento.

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