A ENTRADA em funcionamento, em Março próximo, do Terminal de Minerais de Ressano Garcia, no distrito da Moamba, em Maputo, deverá reduzir para a metade o número de camiões que circulam pela Estrada Nacional número Quatro (EN 4), reduzindo o congestionamento e a pressão sobre a rodovia.
A garantia foi dada ontem pelo Ministro dos Transportes e Comunicações, Abdulai Janfar, depois de visitar as obras desta infra-estrutura, com capacidade para manusear por mês 250 mil toneladas de ferro crómio, proveniente da África do Sul.
O terminal de trânsito deverá receber diariamente cerca de 60 camiões e mensalmente 1.500. Está ainda preparado para movimentar comboios de até 60 vagões, perfazendo 3.000 toneladas, numa média de 17 comboios mês.
Resultado de uma parceria entre as empresas Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e a The Logistics Group (TLG), o Terminal de Minerais de Ressano Garcia vai retirar da EN 4 metade dos cerca de 500 camiões que, diariamente, atravessam a fronteira com destino ao Porto de Maputo.
“Diariamente cerca de 500 camiões transportando ferro crómio circulam pela EN 4 e com a entrada em funcionamento do terminal de trânsito, esta rodovia poderá ficar mais descongestionada, porque metade dos camiões passa a deixar a carga em Ressano, de onde será escoada, via ferroviária, até ao Porto de Maputo”, disse o ministro.
Abdulai Janfar afirmou que a parceria entre os CFM e TLG proporcionará uma solução alternativa de trânsito logístico para a movimentação de minerais da África do Sul até ao Porto de Maputo (MPDC).
Acrescentou que outros benefícios da implementação deste projecto será o aumento de volume de carga para os CFM e consequente crescimento de receitas, bem como melhorias nas linhas férreas e infra-estruturas existentes na Estação de Ressano Garcia e oportunidades de emprego para a comunidade local.
Informações da empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique indicam que ainda é prematuro avançar os investimentos que estão a ser feitos para a remodelação da infraestrutura, uma vez estarem a ser feitas pequenas alterações ao projecto inicial, mas o valor final será conhecido quando as obras estiverem concluídas.
A directora de logística da TLG - Mozambique, Florbela Francoso, disse que a previsão é que as obras em curso se prolonguem até meados de Fevereiro, devendo a infraestrutura estar operacional a partir de Março deste ano.
Afirmou que esta será uma terminal de trânsito e não de armazenagem, com um sistema de segurança 24 horas, com câmaras e guardas, três básculas, sendo duas a entrada e outra a saída, com serviços das Alfândegas, Imigração, Saúde e Policiais.
“O terminal trabalhará em coordenação com o Porto de Maputo para confirmação de disponibilidade de espaços de descarga para garantir que o minério e transferido num prazo de 72 horas apôs descarga em Ressano Garcia”, garantiu Francoso.
Acrescentou que a opção de manusear apenas ferro crómio deve-se ao facto de os contractos de trabalho existentes serem apenas com importadores deste minério e o estudo ambiental feito para esta área ter sido especifico para este produto.