O PAÍS continua a registar altos índices de contaminação pelo HIV, demonstrando que há ainda um longo caminho por percorrer para as pessoas assumirem a adopção de meios preventivos do vírus que causa a SIDA.
O exemplo disso é que só no ano passado foram registados 120 mil novos casos em adultos e quinze mil em crianças de zero aos catorze anos.
Nestas contaminações pelo HIV, as províncias da Zambézia, Nampula e Maputo apresentam os índices de contaminação mais elevados, com 27, 26 e 20 mil casos respectivamente. A província de Tete é o que menos infecções registou, com 3,1 mil episódios.
Em relação à tendência destas novas contaminações, a província de Nampula é a única que mostra uma projecção crescente, enquanto em Cabo Delgado e Sofala a situação se mantém estacionária.
Estes dados foram partilhados ontem, em Maputo, pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, por ocasião do Dia Internacional de Luta contra o HIV e Sida, sob o lema “Solidariedade global, responsabilidade partilhada.”
“Este não é tempo de relaxar ou negligenciar a doença, que continua a matar e a debilitar a nossa sociedade e a nossa economia”, lamentou Filipe Nyusi, sublinhando que o país tem estado a desenvolver muitos esforços no combate ao HIV, mas a luta continua longe de ser vencida.
Como consequência dos efeitos da doença, referiu, no ano passado cerca de 51 mil pessoas perderam a vida, entre elas 41 mil adultos e 8.5 mil crianças de zero a catorze 14 anos de idade.
Morreram mais pessoas nas províncias de Maputo ( 12 mil), Zambézia (9.9 mil) e Nampula (5.4 mil). A cidade de Maputo, com 1.2 mil, e a província de Tete, com 1.7 mil registaram menor número de óbitos.
O Presidente da República disse que actualmente o país tem 2.2 milhões de pessoas vivendo com o vírus do HIV.
Lamentou o facto de até na Função Pública, sector em que se adoptou a Estratégia de Resposta ao HIV e Sida, os efeitos ainda não terem ainda começado a ser sentidos devido ao ano atípico causado pela pandemia da Covid-19.
Entretanto, afirmou que, apesar disso a luta levada acabo pelos diferentes actores da sociedade produziu progressos, como a redução da taxa de transmissão vertical de 28 por cento, em 2010, para 16 por cento, em 2015, sendo que desde então a taxa reduziu em dois pontos percentuais.
Estes esforços, afirmou, permitiram que mais de dois milhões de pessoas vivendo com HIV acedessem ao tratamento anti-retroviral.
O Presidente da República disse ainda que duplicou, em poucos meses, o número de unidades sanitárias que oferecem a dispensa trimestral de medicamentos para o tratamento anti-retroviral de 401, em Março, para 1230, até ao momento.