Belas Memórias: Os inimigos do ambiente e do Carlos Serra Júnior - ANABELA MASSINGUE(Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.)
HOJE dedico este espaço a um homem de causas, cuja luta é entendida por uns e ignorada por outros, sobretudo entre adultos. Sem recorrer a estatísticas, arrisco-me a dizer que não são poucos. Os membros do seu movimento são, para além de pessoas sensíveis ao meio ambiente, membros da Cooperativa Ambiental Repensare de instituições sensíveis, entre governamentais e não-governamentais. O homem de causas que se chama Carlos Serra Júnior ama o barco no qual navega frequentemente, com uma tripulação muitas vezes posta em causa por outros navegadores.
O professor e ambientalista Carlos Serra Júnior é tratado pelas crianças por Senhor lixo no chão, não! Pois com estas palavras muitas vezes a elas se dirige quando interage, na luta de torcer o pepino ainda pequeno. Ao que parece, nesta interacção, ele se tem dado bem, pois tal como disse nalguma ocasião, colhe mais frutos trabalhando a mente das crianças que de adultos. É nelas que deposita esperança de mudança em relação a causas ambientais.
A ideia dele e de muitos que defendem a sustentabilidade do que temos para usufruir, como recurso natural, é gerirmos essa herança que nos foi deixada pelos antepassados, de modo a servir as gerações vindouras.
O também homem de justiça é muitas vezes injustiçado por adultos na sua luta que às vezes, pode-se achar inglória. É que homens e mulheres de todas as idades, que certamente acompanham as suas aparições públicas, quando chega a vez de celebrar a vida, seja a chegada do Verão ou mesmo para assinalar determinados momentos, fingem não ter ouvido nunca os apelos vindos de muitas vozes e, particularmente deste homem.
Fazem o impensável acontecer, sem remorsos, dó e nem piedade. O grande sinal da indiferença desses homens e mulheres é deixar as praias no estado em que normalmente ficam, cada vez que lá se vão. É como se quisessem deixar a mensagem de que alguém deve saber que por lá passaram, com o bolso bem farto e até a transbordar para beber, sujar e deixar os vestígios por conta do Serra e parceiros.
Fora das praias, outro fenómeno que também dá uma agenda ao ambientalista é o saco plástico descartável que abunda em todo o lugar, com destaque para os mercados, ruas, valas de drenagem e em muitos outros lugares.
Ao domicílio, algumas donas de casa não só poluem o meio com o plástico, como também atentam à saúde dos demais, ao completar a cozedura de alimentos, com recurso a este artigo. O arroz feito em panelas de grande capacidade e, por conseguinte, alimentar muitas pessoas, é muitas vezes coberto em sacos plásticos, alguns dos quais coloridos que libertam, não só compostos químicos usados no seu fabrico, como também a coloração para a comida, sobretudo em eventos sociais.
Porque hoje em dia comer fora de casa passou a fazer parte de muitos, sobretudo os que trabalham longe dos seus locais de residência, recorre-se ao uso de pratos exotérmicos, comummente designados “Take away”, feitos à base de esferovite. Este hábito, é na óptica dos ambientalistas, outro erro, um atentado ao meio ambiente porque o lixo destes artigos passou a ser uma praga, em todo o lugar. É igualmente um atentado à saúde, por causa do aquecimento do esferovite quando nele se colocam os alimentos sujeitos a altas temperaturas no processo de cozedura.
Os que assim procedem são, sem dúvida, inimigos da saúde, do meio ambiente e do incansável ambientalista por remarem em sentido e direcção contrários.