O PAPA Francisco lembrou, ontem (04) domingo de Páscoa, a população “vítima do terrorismo” a Vila Sede de Palma, província de Cabo Delgado, durante a sua mensagem de Páscoa.
“Que a força do Ressuscitado [Cristo] apoie as populações africanas que vêm o seu futuro comprometido pela violência interna e pelo terrorismo internacional, especialmente no Sahel e na Nigéria, bem como na região de Tigray e Cabo Delgado”, afirmou o Sumo Pontífice, apelando a que “continuem os esforços para encontrar soluções pacíficas para os conflitos, respeitando os direitos humanos e a sacralidade da vida”.
As palavras do Papa assumem especial significado numa altura em que a região de Cabo Delgado enfrenta aquele que é considerado como um dos piores ataques dos grupos jihadistas islâmicos desde o início do conflito na região, em 2017. Há quase duas semanas, recorde-se, centenas de militantes fortemente armados tomaram a vila de Palma, matando dezenas de civis e colocando milhares de pessoas em fuga, agravando ainda mais a crise humanitária na região.
O sofrimento da população local foi também reconhecido ontem pelo Arcebispo de Maputo, Francisco Chimoio, na sua mensagem de Páscoa, em que apelou à solidariedade dos moçambicanos e dos países vizinhos para com as vítimas da violência na região.
BUSCAS POR POPULAÇÃO DISPERSA
As forças moçambicanas estão a recolher centenas de pessoas que foram dispersas pelo ataque jihadista contra Palma e estão a levá-las para Quitunda, na península de Afungi, onde já se encontram milhares de deslocados.
A zona de Quitunda e o estaleiro da Total continuavam ontem seguros, apesar de se encontrarem a apenas seis quilómetros de Palma, onde prosseguem os combates.
Segundo a ONU, pelo menos 23 mil pessoas encontram-se refugiadas em Quitunda, a aguardar transferência para Pemba.